Dotar os 14 municípios do Alentejo Central de Planos Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas. Este é o grande objetivo do projeto Adapta.Local.CIMAC – Planeamento da Adaptação Climática Municipal no Alentejo Central, que conta com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) como promotor.
“O Alentejo é dos territórios mais afetados pelas alterações climáticas, estando Portugal a enfrentar, neste momento, a pior situação de seca de sempre”, começam por afirmar João Sardinha, gestor do projeto e Teresa Batista, coordenadora geral, lembrando a importância da iniciativa para os municípios envolvidos: “Nos modelos utilizados para fazer cenarização climática para 2071 e 2100, há um agravamento das condições climáticas, com o aumento da temperatura média anual até 2,2 graus, diminuição da precipitação média anual até 10% e mais dias com ondas de calor”.
Com a duração de 2 anos, o Adapta.Local.CIMAC arrancou em fevereiro de 2021 e duas das três fases do projeto já estão concluídas. A primeira e segunda fases centraram-se na caracterização e cenarização de alterações climáticas e na avaliação de impactes e vulnerabilidades climáticas atuais e futuras. A terceira fase já em curso prevê a definição da Estratégia de Adaptação e Plano de Ação em cada município, com uma componente colaborativa e de capacitação de 42 técnicos municipais.
O projeto contempla ainda a sensibilização do público da região, através da realização de “Conselhos Locais de Adaptação”, envolvendo as forças vivas e comunidades escolares.
Com um custo total de 225 mil euros, o Adapta.Local.CIMAC é cofinanciado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (MFEEE / EEA Grants), conta com a CIMAC como promotor e o Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda. e o International Development Norway como parceiros. O Operador do Programa é a Secretaria-Geral do Ambiente.
Através do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu (EEE), a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega são parceiros no mercado interno com os Estados Membros da União Europeia. Como forma de promover um contínuo e equilibrado reforço das relações económicas e comerciais, as partes do Acordo do EEE estabeleceram um Mecanismo Financeiro plurianual, conhecido como EEA Grants. Os EEA Grants têm como objetivos reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa e reforçar as relações bilaterais entre estes três países e os países beneficiários. Para o período 2014-2021, foi acordada uma contribuição total de 2,8 mil milhões de euros para 15 países beneficiários. Portugal beneficiará de uma verba de 102,7 milhões de euros. Saiba mais em eeagrants.gov.pt.
Este artigo foi incluído na edição 94 da Ambiente Magazine