O programa de inovação colaborativa Re-Source levou à criação de projetos-piloto que vêm tornar a reciclagem mais eficaz em Portugal. Durante quatro meses, a Sociedade Ponto Verde e a Beta-i juntaram 130 empreendedores e 14 grandes empresas para promover a disrupção digital na reciclagem de resíduos.
Até ao momento foram criados quatro projetos-piloto, que agora passarão à fase de aplicação em contexto real, focados em aumentar as taxas de reciclagem no país e em dar origem a novas soluções para categorias específicas de resíduos. A estes foi ainda atribuído por parte da Sociedade Ponto Verde um cofinanciamento de 75% do seu investimento total, de modo a alancar e promover a sua execução.
Destes projetos consta a instalação de uma câmara com software integrado que permite monitorizar o conteúdo dos contentores do lixo quando estes são despejados na viatura da recolha. A solução tem como objetivo otimizar a captação e processamento dos fluxos de resíduos, bem como identificar e rastrear a origem de possíveis contaminações.
Outro projeto MUSAMI Valoriza quer integrar a inteligência artificial na gestão de resíduos, através de um sistema de reconhecimento visual, cujos dados recolhidos irão aumentar o potencial de reciclagem no centro de triagem.
Já uma app mobile, Recycle APP, quer mobilizar e formar os proprietários de hotelaria, restauração e cafetaria para a reciclagem de papel e cartão, plástico, alumínio e vidro, servindo a interface como ponto de comunicação e interação entre estes e o serviço de recolha.
O projeto Unlocking the power of seaweed to replace single use plastic visa a substituição de embalagens feitas de plástico à base de combustíveis fósseis por uma solução orgânica de utilização única, com base em algas marinhas.
Para Diogo Teixeira, co-fundador da Beta-i, “apesar de estudos recentes posicionarem Portugal como o 7º país da União Europeia que mais embalagens per capita produz, verifica-se também que o tratamento destes materiais não acompanha a sua produção, ao ocuparmos o 10º lugar no panorama europeu no que respeita a reciclagem, abaixo da média da UE. Desta forma, para responder ao desafio que o processo da reciclagem ainda representa para os consumidores e empresas, o Re-Source surge como uma alavanca para a inovação na área. De edição para edição, continuamos a acreditar que tirar partido de todo o ecossistema, unindo empresas e empreendedores, é a chave para dar resposta a este desafio”.
Já Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, refere: “conseguimos criar um ecossistema global que é transposto para a nossa realidade, ao juntarmos empreendedores e inovadores de diferentes geografias, com parceiros da Sociedade Ponto Verde, estrategicamente posicionados ao longo da cadeia de valor. Desta segunda edição saíram projetos que vão ao encontro do que procuramos: promover o aumento da circularidade de embalagens e o nível de serviço que é prestado, e sejam aceleradores da transição digital do setor”.