Os produtores olivícolas e florestais do Douro Superior reclamaram ontem a ajuda do Governo para fazer face aos prejuízos causados pelo mau tempo em cerca de um milhar de hectares de olival e 1,5 milhares hectares em montados, adiantou a Lusa. “Temos verificado a quebras dos galhos de milhares de árvores como as oliveiras mais jovens, que acabaram por não resistir ao peso provocado pela acumulação da neve e do gelo que se fez sentir em diversos pontos do território do Nordeste Transmontano, na semana passada”, disse à Lusa o presidente da Associação de Produtores Agrícolas, Florestais e Ambientais (APATA), Armando Pacheco.
Segundo os técnicos da APATA, os montados existentes no território também foram muitos afetados pelo mau tempo já que milhares de árvores ficaram com os ramos partidos, não só as mais novas como as de mais idade. “Esta situação acarreta prejuízos já que o sobreiro é uma espécie nobre para a economia regional e o mau tempo deixa mazelas a longo prazo, e que será preciso cuidar, para que as árvores não padeçam de doenças que as podem matar”, afirma o dirigente.
Os dirigentes da APATA garantem que é visível uma “certa angústia” por parte dos agricultores no que respeita ao futuro, já que oliveiras, sobreiros e outras espécies de árvores de fruto e florestais podem “não vingar”. “Há doenças que possivelmente vão entrar nas árvores, através dos cortes e rachadelas provocados pelo mau tempo. Agora, solicitamos apoios para aquisição de fungicidas que possam ajudar a proteger da entrada de fungos as feridas causadas pelos cortes”, vincou Armando Pacheco.
Os produtores florestais pedem ainda ao Governo um alargamento por um mês do prazo para a poda dos sobreiros, que se estende até ao final do mês de março. “Restam poucos dias para se poderem recuperar e corrigir os ramos afetados pela intempérie para que as árvores possam ter de novo o seu alinhamento natural, já que o sobreiro é uma espécie protegida por lei “, observou o dirigente agrícola.
A APATA representa mais de um milhar de agricultores nos concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro e Alfândega da Fé.