Produtores de gado preocupados com falta de comida para os animais
Os criadores de gado transmontano estão preocupados com a situação de seca que o país atravessa por ainda nem estarmos a meio do verão e já haver falta de comida para os animais, avança o Jornal de Notícias.
“Os animais vão para o campo e não têm nada para rapar”, conta Aníbal Ferreira, 51 anos, pastor em Quintela de Lampaças, em Bragança. “Está tudo sequinho”, garante.
Os produtores de gado não sabem se a comida para os animais vai chegar até aos meses frios e já deitam contas aos cereais e forragens que tinham armazenado para o Inverno. “O mais provável é que não seja suficiente e tenhamos que comprar feno”, acrescenta o produtor, proprietário de 170 cabras, 50 ovelhas e 25 vacas.
Os regatos, as pequenas charcas e as ribeiras estão secos e, os que não estão, estão em vias de ficarem. “O ano vai muito seco. Há meses que não cai uma pinga de água”, nota Aníbal, que, na comparação deste Verão com o anterior, concluiu que 2015 “vai pior”.
Na aldeia de Quintela de Lampaças, também a nascente que abastece de água a rede pública está mais fraca. O presidente da junta, Miguel Pinto, referiu ao Jornal de Notícias que o depósito da localidade está a ser reforçado com água transportada pelos Bombeiros de Bragança. “Já cá vêm duas e três vezes por semana. Senão a água falta nas torneiras”, explicou.
A seca também já é sentida pelos produtores de gado do planalto mirandês, onde começa a faltar água nos campos. “Quem tem explorações perto das aldeias, usa a água da rede ou leva os animais aos bebedouros públicos. Mas quem está afastado desse perímetro é obrigado a transportá-la em cisternas”, justificou Arlindo Formaris, presidente da direcção da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa.