Produção industrial na Fileira do Pinho apresentou quebras de 25% em pellets e madeira serrada
Os Indicadores da Fileira do Pinho chegam à 9.ª edição. Desde 2015 que o Centro PINUS reúne e divulga os principais dados que retratam a realidade florestal e sócio-económica associada ao pinheiro-bravo.
A produção industrial na Fileira do Pinho acompanhou a tendência de declínio a nível nacional e europeu. As maiores quebras, de 25%, verificaram-se na produção de pellets e de madeira serrada. Esta quebra esteve associada a fatores como o “arrefecimento” da economia na zona euro, o abrandamento da construção, a diminuição da procura de eletricidade a nível europeu e uma quebra na procura de pellets no Reino Unido.
O consumo de madeira de pinho em Portugal diminuiu 17%, com as quedas mais acentuadas também nos subsetores serração e pellets (-25%). Os painéis foram o único subsetor com um ligeiro aumento do consumo de madeira (+ 3%) e com aumento na produção de painéis de partículas (+ 8%), para a qual contribui um aumento do consumo de resíduos de madeira, comprovando o investimento da Fileira na incorporação de reciclados no fabrico de novos produtos derivados do pinheiro-bravo.
Apesar deste contexto, o número de unidades de primeira transformação de madeira manteve-se, ascendendo a 306 empresas. No subsetor resina manteve-se também o número de atores de primeira e segunda transformação e um aumento dos operadores registados na extração de resina.
Os indicadores sociais e económicos, atualizados em 2024, mas dizendo respeito a 2022, tiveram todos evolução positiva, com destaque para o VAB e Volume de Negócios, respetivamente de 20% e 24%. Também o número de empregos e de empresas associados ao universo diversificado da Fileira passou a assegurar 60.315 postos de trabalho e 8.497 empresas.
O preço médio de aquisição de madeira de pinheiro-bravo em pé nas hastas públicas do ICNF foi de 57 euros por m3, o que representou uma diminuição de 2% face a 2022. Já o preço médio da resina nacional à entrada da fábrica foi de 1,35 euros por Kg, uma diminuição de 13% face ao ano anterior.
Relativamente a indicadores florestais, a última campanha de certificação de semente e plantas teve uma evolução positiva com um aumento de 55% das plantas certificadas e 265% na semente selecionada.
No ano passado contabilizavam-se 31 mil aderentes a ZIF, estruturas que integravam 1 980 mil hectares, 61% do quais se concentravam no Alentejo e LVT. Como a distribuição regional das ZIF sugere, a área nacional de pinheiro-bravo em ZIF é reduzida: apenas 19%, um valor que se manteve estável face ao ano de 2022. A distribuição regional das verbas contratualizadas do PDR2020 continua, também, semelhante ao ano anterior, com as NUTIII do Alentejo, Lezíria do Tejo e Médio Tejo a concentrar 47% das verbas.