A consultora BMI Research declarou hoje que a produção de petróleo em Angola deve abrandar a curto prazo, bombeando em média 1,69 milhões de barris por dia este ano, abaixo dos 1,74 milhões do ano passado.
“Um desempenho fraco até agora e a nossa perceção de que Angola vai querer cumprir a redução acordada no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo levou-nos a baixar a previsão de produção de petróleo para 2017 e 2018”, lê-se numa nota enviada aos investidores.
Na nota de análise, a que a Lusa teve acesso, os peritos afirmam esperar “uma produção total média de 1,695 milhões de barris por dia em 2017, uma queda face aos níveis de 2016, quando Angola produziu em média 1,734 milhões de barris diários”.
Em 2018, a BMI Research antevê que a produção suba para os 1,813 milhões de barris por dia”, alicerçada no poço Kaombo, gerida pela francesa Total, mas afirma que, a médio e longo prazo, “uma séria falta de investimento devido a condições de mercado más e um ambiente operacional mau limitam o potencial [de Angola] a longo prazo”.
Sobre a Sonangol, a companhia nacional de petróleo, a BMI Research diz que, “apesar de ter [sido] apresentada uma visão impressionante para a empresa, tem havido pouca evidência de reformas no que diz respeito à própria companhia e à sua relação com as companhias internacionais de petróleo que operam nas águas do país”.
Os preços mais baixos e um aumento da cautela nos investimentos vão garantir que a competição continue a fazer-se sentir, com a qualidade dos recursos e o preço dos projetos a serem os aspetos mais importantes, mas o ambiente operacional também é um critério importante para os decisores, conclui a consultora.