O Ministério do Ambiente de Angola lançou, ontem, em Luanda, o Manual do Ativista Ambiental, acompanhado de folhetos nas três principais línguas nacionais, um projeto que terá custado ao Estado angolano cerca de 1,7 milhões de dólares. A partir de agora, os educadores ambientais estão munidos de mais uma ferramenta que lhes irá facilitar as suas ações de educação ambiental nas línguas kimbundu, umbundu e kikongo.
Em declarações aos jornalistas, a ministra do Ambiente, Fátima Jardim, disse que o manual já começou a ser distribuído por educadores ambientais e assistentes sociais, que ao longo dos dois últimos anos realizaram o projeto Angola Contente. Segundo Fátima Jardim, este é um contributo do Governo de Angola, em colaboração com a Universidade Católica que ajudou na elaboração do manual e na tradução dos folhetos em línguas nacionais.
O Manual do Ativista Ambiental traz como conteúdos a importância do ambiente para a comunidade, as formas de proteção ambiental na comunidade, o uso da água e a sua responsabilidade socio-ambiental, os resíduos sólidos e maneiras criativas para o seu reaproveitamento e, ainda, informações sobre os solos. Os princípios da sustentabilidade ambiental, o papel das autoridades locais, a organização comunitária e curiosidades sobre os recursos hídricos são outros temas abordados no livro. Os folhetos trazem, assim, a reflexão de questões sobre como o cidadão pode contribuir para a conservação do ambiente, apontando ações negativas e positivas para a melhoria do ambiente.
Em declarações à agência Lusa, o ambientalista José Silva, da associação Juventude Ecológica de Angola (JEA), defende uma maior divulgação do manual, que pode vir a ajudar na criação de uma maior consciência para os problemas ambientais da sociedade angolana. “É necessário depois do seu lançamento fazer que ele chegue às pessoas, seja disseminado, sejam formados os ativistas ambientais, o que é também um vazio que sentimos na nossa sociedade. Há o manual do ativista, mas não temos muitos ativistas”, frisou José Silva. O ambientalista disse que, antes de tudo, só o ganho de consciência dos cidadãos poderá resolver os principais problemas ambientais de Angola, nomeadamente os resíduos sólidos, a desflorestação, as ravinas, a erosão dos solos, a deposição de resíduos nos ecossistemas marinhos e a caça ilegal.