Priolo continua com estatuto de espécie ameaçada
Na passada quarta-feira, dia 7 de dezembro, foi divulgada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a nova edição da Lista Vermelha mundial, onde constam todas as espécies em perigo no mundo. O Priolo, ave endémica de São Miguel, consta dessa lista mas viu o seu estatuto revisto favoravelmente, tendo sido classificado como Vulnerável, o menos preocupante para espécies em risco de extinção.
Esta é a segunda revisão de estatuto, no período de uma década para esta ave endémica, já que em 2010 – Ano Internacional para a Biodiversidade – passou de “Criticamente em Perigo de Extinção”, para “Em Perigo de Extinção”. O Priolo é, assim, um dos poucos exemplos de recuperação, a nível europeu.
A revisão teve como base os resultados dos censos anuais desta espécie e foi reforçada pelos dados obtidos nas 3 edições do Atlas do Priolo, coordenado pela SPEA em 2008, 2012 e 2016. Os números apontam para uma estabilização, atualmente com uma população estimada acima dos 1000 exemplares, sendo possível observar flutuações anuais normais para uma população tão pequena e restrita.
Os vários projetos de conservação implementados na área de distribuição do Priolo, com a contribuição do “Programa LIFE da Comissão Europeia” e cofinanciados pelo Governo dos Açores, permitiram recuperar, através do controlo de espécies de plantas invasoras, cerca de 370 hectares de floresta nativa – Laurissilva dos Açores – em zonas prioritárias para esta ave integradas na rede europeia Natura 2000 e também mo Parque Natural de Ilha de São Miguel.
Ainda assim, as restantes áreas de Laurissilva circundantes (cerca de 1000ha) apresentam, de ano para ano, níveis cada vez maiores de degradação e invasão de espécies exóticas, refere o comunicado.
Segundo Joaquim Teodósio, Coordenador da SPEA Açores, “o trabalho de gestão continuado é essencial para o futuro do Priolo e da maior área de floresta nativa da Ilha de São Miguel.”