O primeiro-ministro, António Costa, destacou hoje que o investimento na ferrovia que o país está a fazer, que considerou o maior no último século, vai ajudar Portugal a alcançar a neutralidade carbónica em 2050, segundo a Lusa.
“Para atingir a meta da neutralidade carbónica em 2050, temos que mudar o nosso paradigma energético, cada vez mais assente em renováveis e menos em combustíveis fósseis, e temos de mudar o nosso paradigma de mobilidade nas cidades e não só”, afirmou o chefe do Governo, sinalizando a importância do transporte ferroviário.
António Costa discursava em Lousada para assinalar a entrada em funcionamento de um novo troço de 14 quilómetros, da Linha do Douro, entre as estações de Caíde de Rei e Marco de Canaveses, servido desde domingo por composições elétricas dos comboios suburbanos do Porto.
O primeiro-ministro, que hoje viajou de comboio entre as duas estações, acompanhado do ministro da tutela, Pedro Nuno Santos, recordou que a nova infraestrutura ferroviária vai permitir diminuir as emissões poluentes para a atmosfera provocadas pelas composições a diesel, o que também acontecerá, frisou, com a ligação entre Nine e Viana do Castelo, na Linha do Minho, que hoje vai ser inaugurada. Outras linhas que estão a ser melhoradas, em vários pontos do país, acrescentarão mais ganhos ambientais, anotou.
Ouvido por vários presidentes de câmara do distrito do Porto, o chefe do Governo insistiu que o investimento em curso diminuirá a dependência externa do país em matéria energética, para além de melhorar a qualidade de vida das populações e a competitividade das empresas portuguesas.
“Esta não é uma obra isolada. É uma das peças importantes do grande programa Ferrovia 2020, que é o maior programa ferroviário, seguramente das últimas décadas e do último século, com dois mil milhões de euros de investimento”, observou, acrescentando que a melhoria das ligações ferroviárias internacionais é uma das prioridades, nomeadamente no corredor Sul, ligando o Porto de Sines a Espanha, no corredor Norte, ligando Aveiro a Vilar Formoso, e no corredor da Linha do Minho, ligando o Porto à Galiza.
Antes do primeiro-ministro, intervieram os presidentes das câmaras de Lousada e de Marco de Canaveses, Pedro Machado e Cristina Vieira. Ambos os autarcas sublinharam a importância da obra de eletrificação da linha do Douro para a região do Tâmega e Sousa e agradeceram ao Governo e ao primeiro-ministro por ter sido possível concretizá-la, depois de vários anos de sucessivos adiamentos.
A eletrificação daquele troço da Linha do Douro, que abrangeu território de Lousada, Penafiel, Amarante e Marco de Canaveses, custou cerca de 10,5 milhões de euros e abrangeu outras melhorias na infraestrutura ferroviária e estações, incluindo em três túneis centenários que viram a segurança reforçada.
A Infraestruturas de Portugal (IP) está, entretanto, a trabalhar no projeto da eletrificação do troço que ligará as estações de Marco de Canaveses e Régua, prevendo-se que o concurso para a empreitada possa ainda ser lançado em 2019.