Primeiro-ministro de Cabo Verde “muito satisfeito” com acordos sobre o clima
O primeiro-ministro cabo-verdiano manifestou-se hoje “muito satisfeito” com o acordo de Paris sobre o clima, alcançado no sábado, dizendo que agora é preciso tomar as “medidas necessárias” para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
“Estou absolutamente satisfeito com os acordos conseguidos em Paris (…), agora é mãos à obra. Temos de trabalhar para mobilizar todos os cabo-verdianos, primeiro, para tomarmos consciência da gravidade da situação, que tem a ver com as mudanças climáticas, e, logo de seguida, para tomarmos as medidas que são necessárias no sentido de mitigarmos os efeitos dessa mudanças e garantirmos a adaptação do país”, disse José Maria Neves.
O chefe do Governo cabo-verdiano, que falava aos jornalistas à margem da inauguração do museu virtual sobre Amílcar Cabral, lembrou que Cabo Verde, tal como os outros pequenos Estados insulares, tinha proposto que não se ultrapassasse 1,5 graus centígrados, em termos de aquecimento global. “E este elemento, que era uma grande reivindicação dos pequenos Estados insulares, ficou no acordo final. Também foi criado o fundo verde para apoiar sobretudo os Estados insulares, os menos avançados, os africanos e os países de rendimento médio baixo para fazerem face as mudanças climáticas. Consideramos que também aí há ganhos”, prosseguiu.
José Maria Neves, que discursou na cimeira de Paris, reafirmou que Cabo Verde colocou sobre a mesa um “programa muito ambicioso”, de chegar a 100% de energias renováveis no horizonte de 2030, de mobilizar cerca de 75 milhões de metros cúbicos de água e de plantar oito milhões de árvores até 2030. Com o acordo de Paris, conseguido depois de duas semanas de negociações entre representantes de 195 países, mais a União Europeia (UE), cada Estado define as suas metas de redução de gases com efeito de estufa, principais responsáveis pelas alterações climáticas, ficando depois vinculado a esse objetivo.