Prejuízo da Electricidade de Moçambique caiu para metade em 2016
O prejuízo da empresa pública Electricidade de Moçambique em 2016 caiu para cerca de metade do que tinha sido registado no ano anterior, de acordo com a demonstração de resultados hoje publicada, avança a agência Lusa.
“O resultado líquido negativo” de 983 milhões de meticais (14,4 milhões de euros) “é consequência dos elevados custos de aquisição e produção de energia, que registaram um agravamento de 129% em relação a 2015”, refere o parecer do conselho fiscal da empresa pública moçambicana, hoje divulgado no jornal diário moçambicano “Notícias”.
Aqueles custos suplantam o aumento de 78% de vendas totais de energia em relação a 2015, de 16,3 para 29,1 mil milhões de meticais e em que se inclui uma subida de 79% do volume de energia exportada – de 862 para 1.541 GWh.
Mateus Magala, presidente do conselho de administração da EDM, destaca numa mensagem que acompanha as contas, a ligação de mais dois distritos (Malala em Tete e Molumbo na Zambézia) à rede nacional, a expansão da rede de média tensão em 415 quilómetros, passando a taxa de eletrificação do país de 25,9% para 26,2%.
No entanto, além do aumento dos custos de aquisição e produção de energia, também a vandalização de torres, a indisponibilidade de centrais de produção e inúmeras avarias limitaram os ganhos.
O responsável pela liderança da empresa desde há dois anos reconhece vários constrangimentos, tais como “limitada capacidade de geração, inadequada infraestrutura de transporte, ineficiente sistema de distribuição e comercialização, deficiente governação corporativa e gestão de negócios” e uma “dívida insustentável que mergulhou a empresa numa instabilidade financeira”. Ainda assim, Mateus Magala faz um balanço positivo de 2016, considerando que “os resultados do desempenho” foram “substancialmente positivos”.
Entre os desafios a enfrentar, inclui a “consolidação do processo de transformação em curso” com “adoção dos mais altos padrões éticos” enquanto empresa pública, a par de melhorias nas redes de distribuição de energia e nos serviços comerciais.
Mateus Magala defende também a “negociação de energia adicional da Hidroelétrica de Cahora Bassa para a EDM, como resposta ao crescimento das necessidades de consumo interno de curto e médio prazo a preço competitivo”.