Preços da luz e gás crescem mais em Portugal

Segundo dados do Eurostat, nos últimos quatro anos, os preços da electricidade e gás em Portugal, cresceram bastante mais do que na média da União Europeia (UE), Entre 2010, antes da entrada da troika em Portugal, e o final de 2014, o preço da electricidade em Portugal, incluindo impostos, cresceu 34%. Na UE como um todo, o preço da energia eléctrica para clientes domésticos avançou 20%. Excluindo os impostos, a electricidade, em Portugal, ainda é mais barata do que a média europeia, mas com impostos é mais cara, revelava o jornal Expresso.

 

No fornecimento doméstico de gás natural houve uma subida de 65% em Portugal entre 2010 e 2014, enquanto na UE o preço final aumentou 27%. No gás, seja antes ou depois de impostos, a factura doméstica em Portugal é mais alta do que a média europeia. Nos combustíveis rodoviários, com base nos dados da Comissão Europeia, conclui-se que o preço médio anual da gasolina 95 (já incluindo impostos) cresceu 12% em Portugal nos últimos quatro anos, enquanto na União Europeia o preço médio aumentou 15%. No gasóleo o custo por litro no mercado português cresceu 14% em quatro anos, abaixo dos 20% de aumento da média europeia.

 

Na electricidade e no gás natural o disparo das facturas no período da austeridade foi parcialmente explicado pelo aumento do IVA de 6% para 23%. No caso da electricidade outra explicação para o incremento de custos vem do maior peso de fontes energéticas subsidiadas, como as renováveis. No gás, o encarecimento do próprio combustível foi o principal factor de pressão das facturas. Já nos combustíveis rodoviários não houve grandes alterações fiscais, mas os preços finais continuam fortemente dominados pelos impostos (IVA e ISP).
Sobre as interligações elétricas e de gás, nas quais Portugal, Espanha e França têm feito um esforço conjunto, a AIE considera necessário o aumento das ligações de Espanha com o resto da Europa (algo que indirectamente melhora a capacidade de exportação de energia gerada em Portugal).Para a AIE, o aumento das interligações com o resto da UE, especialmente com França, acabará por fomentar a integração dos mercados, melhorar a segurança de fornecimento e facilitar a integração da energia renovável. A entidade também reconhece a importância de um maior apoio político e económico da União Europeia para implementar os projetos de interligações.