“Precisamos de aumentar as taxas de reciclagem e a incorporação de produtos reciclados no fabrico de novos produtos”

Começa esta quarta-feira, 19 de abril, a última edição das Energy and Climate Summit. Subordinada ao tema “Economia Circular” esta quinta edição vai decorrer no Campus do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).

“Foi (precisamente) há um ano – no Dia da Terra – que lançamos a primeira edição e, desde então, que temos vindo a tratar de muitos temas relacionados com a crise climática e com a necessidade de descarbonizar a economia”, diz Ricardo Campos, presidente do Fórum de Energia e Clima, em declarações à Ambiente Magazine, relembrando o primeiro debate que se debruçou sobre a “educação e conhecimento e da necessidade de lançar ofertas formativas na área da transição energética”, tendo resultado no “lançamento de um doutoramento em energias renováveis”.

Agora, surge necessidade de abordar a “crise de recursos e a emergência que existe num planeta que chegou a julho e esgotou os seus recursos”, refere o responsável, alertando para a importância de se evoluir de uma “economia linear para uma economia onde não exista lixo mas, sim, matérias primas secundárias que possam ser conduzidas a novas cadeias de fornecimento”.

Para Ricardo Campos, debater a “Economia Circular” é da maior relevância: “Precisamos de aumentar as taxas de reciclagem e a incorporação de produtos reciclados no fabrico de novos produtos”. E esta urgência é ainda maior na Europa: “Dependemos em 90% do exterior de matérias primas críticas” e, por isso, “precisamos de utilizar os resíduos para o fabrico das matérias primas secundárias”.

Apesar de haver um “longo caminho a percorrer”, o responsável reconhece que já existem excelentes exemplos em Portugal de circularidade: “O Município de Guimarães, de Ourique e outros concelhos  já têm instalado o PAY- Pay as you throw, onde são oferecidos sacos para que as pessoas coloquem os produtos para a reciclagem, resultando num aumento muito grande da taxa de reciclagem”. Também, mais a Norte do país, na LIPOR, já são  fabricados produtos a partir de resíduos e, em Lisboa, na Águas do Tejo  Atlântico, já é produzida água reciclada para fins menos nobres, como a rega de jardins, exemplifica, considerando que, do lado público, bem como do privado tem havido vontade em avançar nesse sentido: “São excelentes exemplos que podem ser replicados por outros e, assim, fazer com que a economia circular aconteça”.

Para Ricardo Campos, esta edição vai resultar num “debate profundo” que vai envolver a ciência, os decisores políticos, as lideranças empresariais e a sociedade: “Vão ser apresentadas soluções para que se possa aumentar a circularidade da economia. Serão dados contributos muito positivos e exemplos que já estão em prática”.

A Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e a Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, participam na sessão de abertura da conferência, cabendo ao Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, o encerramento.

A V Energy and Climate Summit vai ser transmitida em direto na página de Facebook e no site do Fórum Energia e Clima.