A praga que desde 2015 compromete a produção de milho em São Tomé e Príncipe “encontra-se em fase de eliminação”, indica um relatório do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) citado pela Lusa.
O documento, elaborado com apoio de técnicos do Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT) de São Tomé, foi entregue esta semana ao Governo do arquipélago, no termo de um “projeto de controlo das pragas de milho e a restauração da capacidade produtiva das famílias são-tomenses” criado pelo executivo.
Segundo o Governo são-tomense, desde 2015 que o milho e outras culturas alimentares têm sido “gravemente prejudicadas” devido a uma praga que afetou todo o país. O executivo recorreu ao apoio do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, que “trabalhou em parceria com o CIAT para o controlo da praga do milho”.
O diretor do CIAT, Severino Espírito Santo, disse a jornalistas na sexta-feira, dia 27, que por ser “um alimento de base para a maioria da população, e que também joga um papel muito importante na alimentação animal do país”, a carência do milho afetou o rendimento familiar de muitos agricultores. “Aproximadamente 750 pequenos agricultores cobrem uma superfície de 400 hectares com esta cultura. Com a presença da praga do milho esses agricultores viram a sua subsistência ameaçada e de igual modo a segurança alimentar estava mais uma vez comprometida”, disse Severino Espírito Santo. “A destruição foi de tal amplitude que causou uma baixa enorme e drástica na produção, tendo atingido a 100% a maioria das zonas produtoras de milho”, acrescentou.
O responsável referiu que graças ao “apoio técnico, científico e financeiro da FAO”, a capacidade técnica do CIAT e a colaboração dos agricultores, conseguiu-se “alcançar resultados muito relevantes no combate desta praga”. Em 2015, o Governo, preocupado com a “devastação acelerada” nas plantações solicitou “apoio de emergência” da FAO para controlar a praga do milho, identificada como sendo “lagarto noturno”.
Neste relatório, a que a agência Lusa teve acesso, a FAO recomenda que a gestão do combate à praga do milho se insira na sua estratégia global e promete um “acompanhamento técnico e sistemático” das ações no país. A FAO sublinha que é preciso coordenação de iniciativas para “acionar respostas adequadas a esse tipo de fenómeno que constitui uma ameaça real à segurança alimentar e nutricional”.