A mobilidade elétrica parece ser a solução para o futuro dos transportes, apresentando uma resposta mais limpa e sustentável face à combustão. A Powerdot, operadora portuguesa de postos de carregamento para veículos elétricos, quer acompanhar esta evolução e, desde 2018, que a missão tem sido acelerar esta mobilidade, mas com um conceito mais inovador.
E que conceito é este? Foi a primeira pergunta que a Ambiente Magazine fez a José Maria Sacadura, que fundou a empresa com Luís Santiago Pinto. É o destination charging, ou seja, instalar os pontos de carregamento em locais “onde usualmente as pessoas fazem a sua vida”, como por exemplo centros comerciais, ginásios, restaurantes e hotéis.
“Todos estes locais que têm estacionamento são uma oportunidade para colocar os carregadores porque as pessoas param naturalmente o carro lá e aproveitam para o carregar”, explica o CEO, que vê uma mudança de mentalidade face a quem usa veículo a combustão: “na combustão existe muito a mentalidade binária de estar cheio ou estar vazio, na mobilidade elétrica vai-se carregando onde se para”.
Parece ser um conceito que vem mudar o propósito do carregamento do veículo elétrico, pois deixa de haver a necessidade de carregar a bateria dos zero aos 100. A pessoa pode começar a carregar à medida do tempo, por exemplo, enquanto faz compras ou vai almoçar.
Na perspetiva de continuar a fazer crescer a operação da empresa, está previsto um investimento de 300 milhões de euros até 2025, nos seis mercados em que a Powerdot atua – Portugal, Espanha, França, Polónia, Luxemburgo e Bélgica – para chegar aos 19 mil pontos de carregamento na Europa.
Em 2022, o investimento foi de 5,1 milhões de euros, sendo que a rede da operadora fechou o ano com 900 pontos de carregamento em Portugal, sendo que dos 2,5 milhões carregamentos feitos no país, 15% foram realizados nos pontos da Powerdot, o que corresponde a uma média de mais de mil sessões por dia.
Com mais 600 pontos a ser instalados este ano em território nacional, José Maria Sacadura admite que “há países que irão receber mais pontos de carregamento do que Portugal, nomeadamente França, que será o principal mercado, por ser um país que tem muitas oportunidades no destination charging“. Também a Polónia, revelou o próprio, será um dos países com a maior fatia de novos postos para carregar os veículos elétricos.
“Vemos a concorrência como algo positivo, que ajuda o mercado a funcionar melhor e a crescer a rede, também para que as pessoas ganhem a confiança para adquirir um veículo elétrico”
E mais pontos de carregamento pode traduzir-se numa maior adesão à mobilidade elétrica? Foi a perguntar que não se podia deixar de fazer e o fundador respondeu sem hesitação: “havendo carros elétricos, mais pessoas irão querer investir para colocar infraestruturas, havendo mais infraestruturas haverá mais pessoas a querer investir para adquirir um carro elétrico para poder carregar nestes pontos. Com mais carregadores, as pessoas vão ter mais awareness”.
Os parceiros da rede Powerdot
A operadora oferece um “serviço chave na mão” de instalação, de operação e de investimento no carregador para veículos elétricos. Na verdade, o parceiro que queira associar-se à empresa só tem de ceder o parque de estacionamento para dar lugar à instalação. Mas a vantagem não é só estar um passo à frente no futuro da mobilidade, pois a Powerdot faz a “partilha de receita com o proprietário do espaço”.
Os novos parceiros, acredita José Maria Sacadura, são atraídos pelos próprios clientes que têm, pois os próprios já questionam por um local para carregar o seu veículo elétrico à chegada. No entanto, outros “têm a visão para privilegiar o espaço com esse serviço”.
“A ambição da Powerdot é criar mais carregadores, mais infraestruturas para que as pessoas ganhem confiança na rede”
“A Powerdot é consultada para analisar as condicionantes do local e avançar com o investimento, a instalação, a operação e com o modelo de negócio”, o destination charging. Todavia, a operadora admite oferecer todo o tipo de carregadores, incluindo os ultrarrápidos para quem não pode perder muito tempo. O que interessa realmente é adaptar o carregador ao local onde é instalado.
Com a rede em expansão, estando já presente em mais de 160 municípios em Portugal, incluindo ilhas, o objetivo passa por “gerar confiança pelos utilizadores, que acabam por ser também clientes” porque utilizam o ponto de carregamento e começam a reconhecer a marca da operadora.
A Powerdot, ainda este ano, espera chegar aos 180 colaboradores, depois de ter feito a mudança para os novos escritórios na zona das Amoreiras, em Lisboa, e ter feito o rebranding da marca, com um novo logótipo e com a frase de assinatura: “Carregar um veículo elétrico não é algo que tem de fazer. É um sítio onde quer ir”.
Por: Redação Ambiente Magazine