Apesar de ainda imprescindível, a paixão ao automóvel tem vindo a perder importância e são cada vez mais as pessoas a desejar a redução dos veículos nas cidades. Este fenómeno, segundo o estudo do “Observador Cetelem Automóvel 2021”, é estimulado pelo aumento da consciencialização ambiental, que tende a ser cada vez maior em toda a parte do mundo.
Os resultados do estudo, partilhados à imprensa pelo Cetelem, indicam que, fazendo a média dos 15 países inquiridos, “sete em dez indivíduos consideram as críticas ao automóvel pelo seu impacto ambiental justificadas”. Já em Portugal, “são oito em dez aqueles que consideram as críticas justificadas”, sendo o segundo país com a “percentagem mais alta (83%), só superado pelo Brasil (87%)”. Em todos os 15 países inquiridos este valor é superior a 50%. E mesmo nos EUA, com o conturbado quadro político sobre o ambiente, esta opinião é partilhada por 68%, diz o estudo.
De acordo com os dados, metade dos inquiridos considera que o “setor automóvel é mais criticado pelo seu impacto ambiental” do que outros setores de atividade, como “a agricultura, a construção, a energia ou os têxteis”. Os países da União Europeia são os que mais expressam essa opinião: “63% em Espanha, 59% em Itália”. Em Portugal são 53% que partilham essa opinião. Por seu turno, na China, onde o setor é bastante associado à poluição urbana, “a ideia de um automóvel injustamente criticado não é muito partilhada (26%)”.
Os inquiridos também consideram que os veículos mais poluentes (4×4, SUV ou desportivos) devem ser sujeitos a mais restrições. Nas medidas mais apoiadas destacam-se a limitação das emissões de CO2 (80%), imposições de limites à cilindrada (63%) e aumento de impostos para esses veículos (62%), indica o estudo.