A terceira vaga do “Radar da Reciclagem” da Sociedade Ponto Verde, realizada entre 21 de outubro e 4 de novembro, observou que no período em análise, “14% da população portuguesa ainda não tinha hábitos de reciclagem”. A distância de casa ao ecoponto é apontada por “60% dos portugueses não recicladores” como uma das principais barreiras no que diz respeito à separação de embalagens, sendo que, daqueles, “71% afirma que faria a separação destes resíduos caso tivessem à sua disposição um ecoponto a menos de 50 metros da habitação”.
Segundo este estudo, partilhado num comunicado, a “oferta de incentivos (69%) que podem ser monetários, fiscais ou na forma de vales/descontos”, a “realização de melhorias nos equipamentos de separação de resíduos no exterior das habitações (50%)” e uma “maior credibilidade no processo de reciclagem (43%)” são fatores a considerar para modificar os atuais comportamentos de reciclagem.
Em termos globais, “65% da população considera que reciclar é fácil”, embora uma análise mais profunda às conclusões da terceira vaga do “Radar da Reciclagem” revele que “40% dos portugueses não estão ainda completamente esclarecidos sobre esta temática”. É junto do género feminino, da faixa etária dos 45/64 anos, na região do Litoral Centro e entre aqueles que não têm hábitos de separação que se encontram as maiores percentagens de indivíduos que referem ainda ter dúvidas, indica o estudo.
A distinção do ecoponto correto para a colocação das várias embalagens é a maior dúvida em relação à reciclagem, tendo sido mencionada por “62% dos indivíduos que se dizem não totalmente esclarecidos” – em particular são do “género feminino, em idades entre os 25/34 anos e residentes na Grande Lisboa”. Em contrapartida, é entre indivíduos do “género masculino”, entre as “faixas etárias mais jovens (15/44 anos) e os residentes na região Sul” que se encontra a “maior percentagem de indivíduos que se dizem totalmente esclarecidos sobre a reciclagem”.
Para Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “estes resultados levam-nos a concluir que há ainda um caminho a percorrer para continuarmos a assistir à mudança de comportamentos que levem a um maior aumento nas taxas de separação e reciclagem de embalagens em Portugal.” Nessa medida, “é essencial que se continue a atuar em rede com todos os agentes económicos e em grande proximidade nas comunidades, a criar novas ideias e modelos que incentivem a reciclagem de embalagens e a desenvolver campanhas de comunicação que continuem a sensibilizar e a esclarecer as dúvidas que ainda persistem. É com o empenho e a mobilização de todos em torno da circularidade que continuaremos a construir um mundo ainda mais sustentável”, defende a responsável.