A campanha “Cidadãos por uma Floresta Ativa em 2023” desafia o cidadão a enviar um postal de Boas Festas a António Costa. Disponível no website do projeto ForestWatch, este postal representa um apelo simples ao primeiro-ministro para que, em 2023, ajude os pequenos proprietários a gerir a floresta.
O Centro PINUS e a ZERO pretendem assim sensibilizar a opinião pública para a inadequação dos apoios públicos à pequena propriedade, que persiste no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) aprovado em 2022.
Para estas Organizações, o principal desafio para a floresta em 2023 continuará a ser “inverter o ciclo de abandono do território do Norte e Centro do país e fazer a gestão chegar ao terreno”. E o financiamento público é uma “peça-chave neste processo de mudança e no próximo ano conjugam-se várias oportunidades que exigem uma forte liderança política”, acrescentam.
Ciente desta lacuna do PEPAC, justificada por falta de coordenação política, o Governo orçamentou para 2023 o Vale Floresta. Esta iniciativa, segundo as Organizações, será uma “excelente oportunidade para testar o potencial de uma medida simples e desburocratizada na mobilização de pequenos proprietários”. Com uma dotação de 5 milhões de euros, tem o potencial para “incentivar a gestão de mais de 300 mil hectares”, afirmam. Sendo um valor ambicioso para uma medida inovadora, o Centro PINUS e a ZERO consideram imprescindível o seu sucesso e futuro reforço: “É que no nosso país existem 3,3 milhões de hectares classificados como territórios vulneráveis aos incêndios. Desses, cerca de 5% poderão ter investimentos significativos já em 2023, via Plano de Recuperação e Resiliência: as designadas Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP)”. No entanto, “as entidades que irão promover o investimento nesses territórios aguardam há meses que o Governo divulgue orientações indispensáveis e a época de plantação 2022/2023 parece estar já comprometida”, referem as Organizações.
Desta forma, a ZERO e o Centro PINUS pretendem sensibilizar para a importância de monitorizar as políticas previstas e para o poder que uma sociedade informada pode ter sobre a concretização destas.