A FIL – Feira Internacional de Lisboa foi o grande palco de mais uma edição do Portugal Smart Cities Summit (PSCS) que anteriormente acontecia no Centro de Congressos de Lisboa (CCL). De 21 a 23 de maio, passaram pela FIL mais de “9.300 visitantes nacionais e internacionais”, revela à Ambiente Magazine Elisabete Martins, gestora do projeto, sublinhando que o balanço desta edição “é claramente positivo”. Nas palavras da responsável, o PSCS “consolidou a sua posição como o maior evento nacional sobre smart cities” e “posicionou-se como um evento de referência no panorama internacional” no debate destas temáticas. A organização registou nesta edição “mais municípios e empresas presentes” que na edição anterior, tendo aumentado a área expositora e o número de expositores, contribuindo para o “crescimento no número de participantes” e de “ações dinamizadas” no âmbito do evento.
O sucesso desta edição leva Elisabete Martins a afirmar que o PSCS passou a fazer parte do “roadmap” dos eventos sobre cidades inteligentes realizados a nível internacional. O facto de terem apostado em temas e debates mais abrangentes contribuiu para um aumento significativo de oradores nacionais internacionais de renome. “Recebemos 114 oradores”, acrescenta a responsável, destacando, igualmente, a realização das 11 conferências que se traduziram “numa reflexão profunda sobre o futuro da organização das nossas cidades e uma visão global das melhores práticas em Portugal e noutros países, nomeadamente na UE”. Muito importante foi igualmente “a parceria com a NOS”, destaca Elisabete Martins. Permitiu trazer ao evento “uma demonstração de tecnologia 5G”, originando “um conteúdo muito valorizado por parte dos participantes”.
A aposta na “passagem” do CCL para a FIL revelou-se um sucesso. “Tivemos oportunidade de criar mais conteúdo e experiências”, permitindo diversificar o evento e tornando-o “mais atrativo” e potencialmente “mais gerador de contactos e negócios”, diz a gestora do projeto. O aumento de área contribuiu ainda para uma “taxa de crescimento de 94% ao nível de empresas participantes”, acrescenta.
“Estamos muito mais avançados relativamente a certos países da UE”
A diversidade dos temas abordados e a realização de várias conferências trouxeram várias conclusões, como o papel “pioneiro” de alguns municípios portugueses na “mobilidade inteligente e integrada”, na “incorporação de benefícios para quem utiliza transportes elétricos”, na “preocupação com as energias renováveis” e, ainda, na “transformação de resíduos em energia”. Para a responsável, foi possível detetar que “somos um exemplo” e que “estamos muito mais avançados relativamente a certos países da UE”. O PSCS representou igualmente uma “oportunidade para afirmar o potencial de know-how de competências e tecnologias desenvolvidas pelas empresas”, quer nacionais quer internacionais, que, crescentemente, “se estão a afirmar como elemento diferenciador”, respondendo “às necessidades geradas no âmbito das políticas de smart cities”, indica.
Face ao número de municípios presentes no evento, Elisabete Martins considera que “existe um enorme potencial de crescimento” no sentido de cada vez mais autarquias “aderirem a novas políticas de desenvolvimento sustentável do território”. A grande ambição passa assim por “motivar” aqueles que ainda estão menos despertos para a realidade das smart cities, reforçando ainda mais a “mobilização” dos que já se constituem como “referência dentro destas temáticas no panorama nacional”. O desafio é posicionar Portugal como um “centro de referência internacional” ao nível do conhecimento e do desenvolvimento de soluções inovadoras que “possam dar resposta aos desafios do futuro das cidades”, sublinha Elisabete Martins, acrescentando que é necessário “criar as condições para incrementar a dimensão das políticas das smart cities”, nomeadamente nos municípios, nas empresas ou nas universidades.
Organização quer dinamizar tour nacional
Questionada sobre a importância deste encontro, a gestora considera que o PSCS tem vindo a “afirmar-se como Marketplace de referência”, reunindo num só espaço “os stakeholders e players dos diferentes clusters presentes” no evento. Outro motivo é a presença das “maiores empresas” ligadas aos diferentes setores das Cidades Inteligentes, vários municípios com “estratégias claras e definidas neste âmbito” e é também um “ponto de encontro onde se debate e se reflecte sobre vários temas” nomeadamente, Energia, Transformação Digital, CiberSecurity, Mobilidade Urbana Inteligente, Água e Ambiente, entre outros.
Para a próxima edição, a organização deixa bem patente a ambição em reforçar notoriedade do evento através da “realização de um Portugal Smart Cities Tour de abrangência nacional” que permita “um envolvimento de todo o território”. Para tal, Elisabete Martins destaca o desejo em continuar a “crescer e a inovar”, conferindo “uma maior visibilidade a mais presenças nacionais e internacionais” e “apresentar as mais variadas cadeias de valor do território”, introduzindo “novas dinâmicas” e permitindo “uma maior interação”. Também os conteúdos e a partilha de experiências internacionais serão reforçadas, possibilitando a “crescente partilha das melhores práticas”.