O Portugal Smart Cities Summit está de regresso, de 21 a 23 de maio, desta vez com nova localização na FIL – Feira Internacional de Lisboa para discutir as cidades inteligentes assim como apresentar soluções e projetos smart, onde a tecnologia e a inovação predominam. A Ambiente Magazine conversou com Elisabete Martins, gestora do projeto, para descobrir mais sobre as smart cities e desvendar algumas das novidades desta edição.
Para começar, as “cidades inteligentes são as cidades do futuro”, até porque a maioria de nós vive e viverá cada vez mais nas cidades, pelo que é importante falar sobre “na harmonia que deve existir entre a cidade e o cidadão, uma vez que uma smart city é uma cidade que atua em prol do cidadão e do bem-estar”, defende Elisabete Martins. Além disso, falar sobre smart cities é também falar sobre as mais diversas temáticas, como a mobilidade, ambiente, resíduos, água, energia, transformação digital, internet das coisas (IoT) e big data.
Apesar de caminharmos para um mundo cada vez mais smart, a gestora do projeto atenta que este é um “conceito complexo” e “não acreditamos que exista já uma cidade total e completamente inteligente”. No caso da capital portuguesa, embora ainda não o seja na sua totalidade, “Lisboa caminha a passos largos para se tornar uma referência no que toca a smart cities“.
Portugal Smart Cities 2019
Em 2014 surgiu a ideia de criar um evento que abrangesse as temáticas das cidades inteligentes. O projeto-piloto começou como “Green Business Week” até evoluir, naturalmente, para “Portugal Smart Cities Summit”, conta a responsável. Anos depois, o evento “cresce” e dá agora o “salto” do Centro de Congressos de Lisboa para a FIL, no Parque das Nações, com maior dimensão.
O ano passado, o Portugal Smart Cities recebeu cerca de 2.000 visitantes e este ano são esperadas 7.000 pessoas. Em 2019 são cerca de 150 expositores, dos quais 50 startups, e cerca de 20 municípios. Vão realizar-se mais de 10 conferências com mais de 100 oradores.
Embora ainda não exista uma cidade totalmente smart, são já vários os municípios a adotar medidas e soluções inteligentes a conhecer também no evento. Elisabete Martins dá o exemplo, no caso de Lisboa, da proibição de carros no centro da cidade, as novas alternativas de mobilidade como as trotinetes elétricas e a diminuição do valor do passe mensal, que constitui “um incentivo muito grande à utilização dos transportes públicos”. Outros casos de sucesso são a MobiCascais, rede multimodal de transportes públicos em território municipal, e a distribuição de sacos de tecido pelo comércio local na Guarda.
Todavia, “não podemos esquecer que há medidas que ainda não foram aplicadas e que, para serem cumpridas, deverá existir uma mudança de mentalidade, que começa pela consciencialização do que é uma smart city, algo que o Portugal Smart Cities pretende fazer”, assegura a responsável.
Já as Conferências são o ponto forte do Portugal Smart Cities Summit, com a Cimeira dos Autarcas, a conferência “Connecting People With Cities” que terá como keynote speaker o comissário europeu Carlos Moedas, e a Conferência Top Women que procura dar destaque ao trabalho das mulheres nesta área, de forma a quebrar alguns estereótipos relacionados com o setor tecnológico:
“Sabemos que o mundo da tecnologia e as carreiras a ele associadas foram, durante muitos anos, predominantemente ocupado por homens. Não há nada de errado com esse facto, mas o conhecimento de que, cada vez mais, há mais mulheres a evoluírem no mundo das tecnologias, especialmente em Portugal, dos países em que mais cresce a presença das mulheres na tecnologia de acordo com a Eurostat, é indicador da mudança do paradigma de género a que temos assistido nos últimos anos”, descreve Elisabete Martins.