Aproxima-se mais uma edição da Portugal Smart Cities que, este ano, se realiza entre 8 e 10 de outubro, na FIL – Parque das Nações, em Lisboa. A Ambiente Magazine esteve à conversa com Elisabete Martins, gestora do evento, que nos fala sobre o que podemos esperar de mais uma iniciativa e quais as novidades que podemos esperar. Leia aqui a 3ª e última parte desta entrevista.
Quem é o gestor da Portugal Smart Cities? Que experiências profissionais pode partilhar, da sua carreira?
Elisabete Martins, licenciada em Marketing pelo ISNP. Em 1988 juntei-me à Fundação AIP – Lisboa, Feiras, Congressos e Eventos como Exhibitions Manager onde tenho vindo a organizar múltiplos eventos: PORTUGAL SMART CITIES SUMMIT, Nauticampo, Ocean Business Week, Blue Week, Portugal Exportador, missões institucionais e organização de Pavilhões de Portugal na WFES-Abu Dhabi, IFAT-Alemanha, Photovoltaica-Marrocos, Ambiente-Angola entre outras iniciativas que promovem encontros de negócios entre empresas nacionais e internacionais, nos setores da Energia, Água, Resíduos e Ambiente, IoT, Mobilidade, Governação e Economia Verde.
Que marca pessoal tenta trazer ao certame?
Os Eventos são feitos por pessoas, para as pessoas e eu quero que a equipa envolvida sinta que temos o privilégio de participar num processo de mudança das cidades, que é urgente e incontornável e que só por isso já vale a pena. Se este sentimento for partilhado, creio que mais facilmente, conseguiremos em conjunto alcançar os objetivos quantitativos do Salão e o que o torna sustentável para a organização.
Qual a equipa que colabora na organização da Portugal Smart Cities?
Para além da área comercial, composta por três elementos, existem uma série de áreas transversais sem as quais o PSCS não aconteceria. Falo do Marketing, do Gabinete de apoio ao Cliente, da Fildesign, da Tesouraria, entre muitos outros departamentos que operacionalizam o Evento, não me podendo esquecer da Direção que define, com as equipas, os objetivos e as estratégias a alcançar.
O que significa para si liderança?
Liderança é conseguir influenciar as equipas de modo a conseguir alcançar os objetivos. O PSCS tem sido uma aposta ganha, motivo que me deixa muito satisfeita.
Que hobbies tem?
Gosto de ler, viajar, caminhar e outras atividades ao ar livre.
Quais as tendências que aparecem no horizonte ao nível da organização de feiras?
As feiras são o barómetro da economia, mas mais do que isso deverão também ser o reflexo da evolução tecnológica e das mudanças comportamentais da Sociedade.
A pandemia Covid-19, trouxe a necessidade dos Eventos digitais ou híbridos, a qual veio para ficar. Na minha opinião, as vertentes físicas e digitais são complementares e é nessa lógica de facilitismo para os que não podem estar ou querem à posterior rever o Evento, que trabalhamos para que as Feiras sejam cada vez mais digitais. Mesmo no espaço de exposição e conferências, a experiência imersiva vem sempre acrescentar valor ao produto feira. Neste âmbito também a digitalização de vários serviços, o que diminui a necessidade de contacto pessoal (check-in automático, compra de bilhetes online …).
A questão da sustentabilidade dos Eventos, a redução da pegada de carbono é outra tendência que se traduz em práticas muito concretas como a utilização de materiais recicláveis, a separação dos lixos, a utilização de energias alternativas, etc…
O conhecimento cada vez mais “fino” dos clientes através da análise de dados que nos confere informação para personalizar a experiência do expositor ou do visitante e que envolve IA ou até gamificação. A par do referido surgem os mecanismos de segurança e proteção de dados.
A dimensão de Portugal é, de alguma forma, um condicionante a este setor?
De modo algum, as feiras são plataformas de internacionalização dos setores de atividade que englobam. Os expositores são provenientes de vários países, assim como os visitantes ou os oradores das conferências. A posição privilegiada de Portugal continua a ser valorizada por outros países como ponte entre a Europa, África e América. Por um lado, a pertença à União Europeia e os acordos comerciais existentes facilitam as transações internacionais e, por outro lado, as políticas facilitadoras da atração de investimento estrangeiro são também uma mais-valia.
Temos assistido a um investimento significativo em inovação e tecnologia, o que faz com que, não só, que haja cada vez mais empresas inovadoras e start-ups nacionais, como sejamos destino de empresas de todo o mundo. A segurança, o clima, a cultura, atraem profissionais e empreendedores.
Quais as diferentes dimensões que uma feira atinge?
Uma feira é um Marketplace único e com grandes benefícios para os seus participantes. No caso do PSCS, é importante não esquecer o triângulo – Conhecimento / Tecido Empresarial / Poder local. No PSCS, através da Exposição, do networking e B2B, das Conferências e Pitchs, colocamos em contacto os três vértices do triângulo e conseguimos materializar a transferência do conhecimento ao serviço das cidades.
De que forma uma feira é um catalisador e impulsionador de negócio?
A apresentação de soluções inovadoras pelos expositores, proporciona ao visitante e a outros expositores optar pela opção mais adequada. Concretizam-se negócios e estabelecem-se parcerias. Na ótica das Smart Cities, é evidente a ligação do poder local com as empresas e vice-versa. Na última edição 85% dos Expositores identificaram oportunidades ou leads de negócios concretizáveis a seis meses.