Portugal Smart Cities: “Estratégia dos transportes públicos junta todos os temas da mobilidade numa perspetiva de ser uma tecnologia mais limpa”

“Mais acesso. Menos carbono”. Este é o caminho do setor da mobilidade e dos transportes em Portugal: “Reconhecemos a importância que têm para as nossas vidas, para o dia-a-dia, para a economia e para a coesão social com a pandemia a dar provas disso, mas também sabemos os seus impactos negativos nas cidades, como os congestionamentos, a poluição ou as emissões de CO2”.  Este foi o ponto de partida para Eduardo Pinheiro, secretário de Estado da Mobilidade, reiterar pela importância de se agir rápido: “Já não faz sentido discutir o impacto das alterações climáticas: não estamos a falar de um futuro distante, mas sim de um presente e de um futuro muito imediato”.

O governante que falou, esta quarta-feira, 17 de novembro, na sessão de encerramento do último painel sobre Mobilidade, promovido no Portugal Smart Cities 2021, apelou à importância de, nos dias de hoje, se pensar na forma como as deslocações são feitas, cabendo aos “players” da área tomarem as melhores decisões para que “os cidadãos possam não só tomar essas mesmas decisões da forma mais imediata” como também “tenham uma oferta e não uma única alternativa”.

Eduardo Pinheiro lembrou que Portugal está na linha da frente no que aos compromissos da descarbonização diz respeito, destacando que no Plano Nacional de Energia e Clima, o setor dos transportes e da mobilidade integra conjunto de objetivos, como a “redução das emissões em 40% relativamente a 2005”; e a “incorporação de energias limpas em pelo menos de 20% no setor dos transportes até 2030″.

Enquanto “espinha dorsal” o transporte público tem uma estratégia em marcha com um conjunto de medidas que vão desde o investimento, as iniciativas legislativas e regulamentares até à capacitação, nomeadamente, das autoridade de transporte: “Depois de declarado o primeiro estado de emergência, o Governo teve a obrigação de assegurar um conjunto alargado de recursos financeiros para pôr ao serviço das autoridades e assegurar que havia transporte público”. Afinal, “são as autoridades de transporte que têm o conhecimento mais próximo sobre linhas e frequências para oferecer o transporte necessário”, refere.

No que diz respeito ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão previstos mil milhões de euros para a expansão do transporte público já existente, seja no Metro de Lisboa, seja no Metro do Porto, mas também a substituição das frotas a diesel por veículos elétricos e a hidrogénio. Acresce o quadro financiamento plurianual que, tal como indica Eduardo Pinheiro, além de ser uma continuidade daquilo que está a ser feito no transporte público, vai também destinar-se a outros modos ativos e a outros meios, sendo a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ciclável, aprovada em 2019, um bom exemplo disso: “É algo transversal que integra o Ministério da Saúde, das Infraestruturas, do Ambiente, da Educação e o empenho de várias áreas governativas”. A ambição é grande: “Até 2030, temos de conseguir que as 51 medidas integradas na estratégia estejam já executadas e, ao mesmo tempo, termos mais utilizadores de bicicleta”.

Voltando à estratégia dos transportes públicos, Eduardo Pinheiro reforça que, sendo a “espinha dorsal”  junta todos os temas da mobilidade numa perspetiva de ser uma tecnologia mais limpa: “O nosso futuro é coletivo pelo transporte público, mas também é neste coletivo de instituição, de partilhar e de inovação que vai ser possível cumprir os objetivos a que nos propomos: não é uma opção, mas sim uma obrigação”, remata.

Entre os dias 16 e 18 de novembro, a Feira Internacional de Lisboa (FIL) é o palco da edição 2021 do  Portugal Smart Cities.