A Ambiente Magazine foi media partner na 10.ª edição da Portugal Smart Cities Summit, que decorreu de 8 a 10 de outubro, no Pavilhão 1 da FIL – Feira Internacional de Lisboa – e esteve à conversa com algumas empresas presentes, como é o caso da Axis Communication, sob a figura de Ricardo Marranita, program manager na Suécia.
- Qual a expectativa para mais uma edição da PSC?
A Axis é tradicionalmente vista como uma empresa que fabrica camaras de videovigilância e automaticamente fica associado a isso. Mas a empresa foi criada com a perspetiva desta camara ser um sensor, que mais tarde poderia vir a ser utilizado de várias maneiras. Assim, nesta edição, queremos dar a entender que este produto é só uma parte do sistema e que nos monitores estão a acontecer múltiplas análises, desde contagem de pessoas, de veículos, tempos de espera e, por exemplo, em contexto industrial, se os trabalhadores estão a usar capacete. E as camaras permitem ainda integrar altifalantes para finalidade de avisos.
Dentro do contexto das smart cities queremos trabalhar esta mensagem – a camara pode estar em função das necessidades de uma autarquia para diferentes abordagens. As cidades são entidades muito dinâmicas e o que se implementa hoje pode ser mudado no ano seguinte, mas a camara pode ser habilitada a essa mudança.
Estamos aqui numa parceria com a empresa Omniflow que faz postes inteligentes e nesses podem ser instaladas camaras sem necessidade de voltar a escavar para implementar o sistema.
- A Axis tem atuado na gestão de prevenção de incêndios e cheias. Como funciona esta parte?
Temos aplicações que correm na camara que conseguem, por exemplo, monitorizar a altura do caudal dos rios, do nível verde, menos preocupante, ao nível vermelho, o mais alarmante. Isto permite às autoridades saber de antemão quais os pontos críticos da cidade e começar a agir com tempo.
- O networking que aqui fazem produz efeitos a médio e longo prazo?
A Axis desde cedo apostou em estratégias de longo termo e em parcerias. As próprias pessoas começam a adotar uma perspetiva de longo prazo e percebem que não é necessário implementar tudo de uma vez, é uma viagem que se vai fazendo consoante as necessidades e possibilidades de cada município. As feiras como esta são um ponto interessante para estimular o negócio.
- Representando este produto um investimento avultado, há municípios interessados mas relutantes com o gasto?
Quando deteto esses casos, aconselho a pensar novamente no caso. Se estamos a tentar implementar algo que está acima das nossas necessidades, temos de priorizar caso a caso quais as necessidades, porque há sempre uma solução.