Portugal pediu a Espanha descarga à superfície para melhorar qualidade do rio Tejo
O ministro do Ambiente garantiu que “não há nenhum problema de poluição no rio Tejo” e que Portugal notificou Espanha para pedir que seja feita uma descarga de superfície de modo a conseguir níveis de qualidade maiores, noticia a Lusa.
Confrontado com a situação divulgada na passada quarta-feira pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), de que a água do rio Tejo, na albufeira de Fratel, no distrito de Portalegre, tinha registado valores de oxigénio abaixo do limite mínimo, com riscos para a sobrevivência da fauna piscícola, o governante garantiu “não há razões para considerar que existem problemas no rio Tejo”.
“Não temos neste momento nenhum problema de poluição aguda no Tejo”, garantiu, mas sem deixar de admitir que existe um “ponto pior” que é Perais, muito próximo da barragem de Cedillo localizada em Espanha.
“Temos falado com os nossos vizinhos espanhóis com o objetivo de não haver só [descargas de] turbinagem. Pedimos que a barragem de Cedillo faça uma descarga à superfície onde a água terá melhor qualidade”, disse João Pedro Matos Fernandes.
Em causa está o facto de uma descarga, fruto de energia elétrica, ser feita por um descarregador de fundo onde a água tem menos oxigénio, ao contrário de uma descarga à superfície.
“Os níveis de caudal estão a ser cumpridos. O problema não é de quantidade de água, é de qualidade de água. Pedimos que seja provocada uma descarga de superfície para conseguir um arejamento maior”, disse o governante.
Na quarta-feira, a APA divulgou uma nota sobre a qualidade da água do rio Tejo, na albufeira de Fratel, Portalegre, apontando que “os valores registados para o parâmetro oxigénio dissolvido têm vindo a decrescer para valores inferiores ao limite mínimo de qualidade (cinco mg/l) [miligramas por litro] potenciando riscos para a subsistência e a sobrevivência da fauna piscícola”.
A entidade tutelada pelo Ministério do Ambiente referia também que as previsões de temperaturas elevadas para o distrito de Castelo Branco poderiam “determinar a ocorrência de ‘blooms’ algais e assim também contribuir negativamente para a degradação da qualidade da água” do rio.
João Pedro Matos Fernandes garantiu que “tem sido feito um acompanhamento diário”, salientou que “antes não existiam informações porque as análises só são feitas desde novembro” e afirmou que “nos últimos quatro dias as análises têm tido oscilações muito pequenas”.