Aumentar o conhecimento da complexidade dos ecossistemas no fundo do oceano Atlântico e prever as suas mudanças e vulnerabilidades é o objetivo do megaprojeto europeu ATLAS, que vai durar quatro anos. A iniciativa, que o Expresso dá a conhecer na edição deste fim de semana, pretende também desenvolver atividades de divulgação — “Literacia Oceânica” — para melhorar o conhecimento do público sobre a importância dos ecossistemas do mar, a sua proteção e o impacto que a atividade humana está a ter no ambiente marinho.
Portugal, através do arquipélago dos Açores, participa neste projeto, que envolve também os EUA e o Canadá e vai realizar pelo menos 25 expedições oceânicas nos próximos quatro anos. Segundo o semanário, esta é a maior e mais ambiciosa avaliação de sempre dos ecossistemas do fundo do oceano Atlântico financiada pela Comissão Europeia através do Horizonte 2020, o programa de apoio à ciência, tecnologia e inovação da UE até ao final da década.
“O Atlântico Norte foi o local onde nasceu a biologia dos fundos marinhos e a oceanografia”, recorda Murray Roberts, coordenador do ATLAS, investigador e professor de biologia marinha na Universidade de Heriot-Watt em Edimburgo, no Reino Unido. “Por isso é o local que devemos conhecer melhor, mas só nos últimos 20 anos descobrimos como os habitats do Atlântico profundo são realmente diversificados e vulneráveis.”
A expedição inicial já se realizou em junho no Banco Rockall, ao largo da Irlanda, mas as primeiras expedições verdadeiramente transatlânticas serão entre os Açores e Gibraltar e entre os Açores e os EUA.