A Península Ibérica está mais quente e seca e prevê-se que seja uma das zonas mais atingidas pelas mudanças climáticas, refere o Sol desta segunda-feira.
A última década foi a mais quente de sempre, com os últimos três anos a bater sucessivamente o recorde de temperaturas. Recuando ainda mais no tempo, é possível concluir que as temperaturas de verão nas últimas três décadas foram as mais quentes dos últimos dois mil anos.
Se o calor é tendência global, tem vindo a sentir-se com mais intensidade na Península Ibérica, a zona onde o aquecimento tem sido mais forte, particularmente no verão. Esta é uma das conclusões divulgadas esta semana no relatório Alterações Climáticas, Impactos e Vulnerabilidades na Europa 2016, da Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla em inglês). Portugal e Espanha, a par dos Alpes, são vistos pelos especialistas como «hotspots», ou seja, zonas particularmente afetadas pelos impactos das alterações climáticas.
Ainda nesta categoria estão também o sul e o sudeste da Europa, que além de serem consideradas zonas mais vulneráveis, são também aquelas com mais custos relacionados com as alterações climáticas.
No total, desde 1980, os eventos extremos relacionados com alterações climáticas custaram aos países europeus quase 400 mil milhões de euros.
Em Portugal, essa perda económica corresponde a 6,8 mil milhões de euros, o que dividido por cada português, representa um custo de 665 per capita. Apenas 300 milhões (cerca de 4% do total), se encontravam cobertos por seguros. Como exemplo de encargos motivados pelas mudanças no clima, o relatório recorda o investimento de 500 milhões de euros na reabilitação de dunas e de frente de mar, entre Aveiro e Vagueira.