Ao longo da última década, muitos milhões de euros foram prometidos para defender, reordenar e requalificar as zonas costeiras de Portugal Continental – dois terços das quais fortemente ameaçadas pela erosão devido à perda de sedimentos e aos avanços do mar, noticiou no sábado o jornal Expresso.
De olhos postos no que poderia vir do quarto quadro comunitário de apoio, o plano de ação para o litoral, apresentado em 2007, chegou a prever investimentos de 500 milhões de euros. Em 2014 falava-se na necessidade de investir 300 milhões de euros em dois anos, sob pena de se perderem fundos europeus.
O tempo passou e, fazendo as contas, verifica-se que foram aplicados no litoral 182 milhões de euros entre 2007 e 2015, segundo dados fornecidos ao Expresso pelo Ministério do Ambiente, o que equivale a menos de metade do prometido. Nestes nove anos, as empreitadas concluídas nos quatro Polis do Litoral (Norte, Ria de Aveiro, Sudoeste e Ria Formosa) totalizaram 75 milhões, ou seja, menos de um terço do orçamento e metade do comprometido.
De acordo com o Expresso, a crise, mas também a falta de vontade política, ineficiências administrativas, impasses burocráticos e diminuição dos custos das empreitadas são algumas das justificações para a baixa execução.