O projeto GREENOVET que une as regiões de Styria (Áustria), Vaasa (Finlândia), Skopje (República do Norte da Macedónia) e Leiria (Portugal) tem como objetivo promover o desenvolvimento, na Europa, da excelência no ensino profissional (VET) numa matéria indispensável como é o caso da Inovação Verde (Green Innovation), de forma a permitir uma “economia inovadora, inclusiva e sustentável”, refere um comunicado.
Assim, o GREENOVET pretende capacitar estudantes e professores, através do desenvolvimento de projetos regionais e internacionais, em conjunto com empresas. A região de Leiria está profundamente empenhada neste projeto inovador: “O Politécnico de Leiria, a Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) e a Escola Tecnológica e Artística de Pombal (ETAP) são as entidades que, no terreno, vão desenvolver ações, dotando professores, alunos, empresas e a sociedade em geral para a importância de caminhar com uma uma pegada mais verde”, lê-se no comunicado enviado pelas entidades.
“Para desenvolver uma verdadeira política ambiental, são necessários recursos humanos qualificados nessa área”, sublinha Vítor Ferreira, investigador do Politécnico de Leiria, um dos responsáveis pela execução deste projeto em Portugal. Assim, numa primeira fase, são analisadas e elencadas as necessidades de cada região que integra o projeto: “Existe uma lacuna nesta matéria: são necessários técnicos para criar esta inovação sustentável e não há, na generalidade dos países, oferta formativa”, sustenta. Por isso, atenta o investigador, “é preciso começar por definir as competências fundamentais para enfrentar o desafio da sustentabilidade”.
E é isto que fará cada uma das quatro regiões que integram o projeto, com a criação de Centros de Excelência que permitirão qualificar estes profissionais. O projeto vai assim “formar, a partir do próximo ano, mais de 100 professores para a excelência no ensino de competências profissionais e essenciais”, refere o mesmo comunicado. Serão também estruturados “mais de 16 projetos regionais e dois internacionais, em conjunto com empresas, para depois serem implementados”. Além disso, “vão ser criados cursos-piloto, de curta duração, de forma a testar as possíveis áreas formativas e com o intuito de, no caso português, vir a integrá-los no Catálogo Nacional de Qualificações de Formação Profissional”, precisa o comunicado.
Henrique Carvalho, da NERLEI, destaca o papel inovador do GREENOVET, ao permitir “desenhar programas de formação, criados desde a sua origem numa lógica de parceria efetiva entre aquilo que são as necessidades das empresas e as componentes científicas”. Ou seja, sublinha, “pretende olhar-se para o futuro numa lógica de médio-longo prazo, identificar necessidades que as empresas têm ou possam vir a ter nas áreas de desenvolvimento de produtos, inovação e economia circular, entre outras, e delinear, de raiz, programas de formação que possam capacitar técnicos e especialistas nestas áreas”, refere. Além disso, o projeto vai possibilitar “a partilha de boas práticas ao nível internacional”, permitindo que “todos os parceiros envolvidos aprendam com a experiência uns dos outros e alcancem, em simultâneo, as mesmas metas”.
Já Álvaro Lopes, da ETAP, vê este projeto como “uma ferramenta capaz de transformar a sociedade”, ao capacitar, não apenas os estudantes, mas também docentes e empresas, para a inovação verde. “O que se espera é uma mudança do ‘mindset’, de forma a que todos possamos contribuir para esta economia inovadora e centrada na sustentabilidade do Planeta e do futuro”, defende.
A cooperação entre as quatro regiões europeias do projeto permite uma complementaridade que enriquecerá a estratégia de cada uma delas e a definição de cursos integradores que, acreditam os responsáveis, permitirão mudar toda a forma como a sociedade encara a sustentabilidade. O GREENOVET pretende constituir-se como um mobilizador na capacitação de recursos humanos qualificados e que façam a diferença nesta área. Porque só com recursos humanos mais capacitados, será possível apoiar as empresas e torná-las mais inovadoras, inclusivas e sustentáveis
Estendendo-se até 31 de outubro de 2024 o projeto, desenvolvido no âmbito do programa ERASMUS +, tem um orçamento total de 4,4 milhões de euros, dos quais o financiamento da União Europeia ascende a mais de 3,5 milhões.