O ministro da Economia disse, ontem, que Portugal é um dos países mais competitivos do mundo para produzir energia solar e está a ganhar novas centrais que permitirão sextuplicar a produção nacional até 2025 e sem subsídios estatais, citado pela Lusa.
“O que soubemos [Governo] fazer foi valorizar junto dos investidores internacionais o que são as condições naturais do país, fazer um enquadramento regulatório claro e transparente que atraísse o investimento e criar condições para que estes investimentos crescessem num país que, na energia solar, é dos mais competitivos do mundo”, afirmou Manuel Caldeira Cabral.
O ministro falava aos jornalistas no concelho de Ourique, no distrito de Beja, no Alentejo, onde ontem inaugurou a Central Solar Fotovoltaica Ourika!, a primeira grande central solar da Europa a produzir energia em regime de mercado, ou seja, sem tarifas garantidas ou outros subsídios estatais que acarretam custos para os consumidores e contribuintes.
A central solar, que foi a primeira a ser licenciada em Portugal para operar em regime de mercado e implicou um investimento de 35 milhões de euros, tem uma potência total instalada de 46 megawatts-pico e, durante 30 anos, vai produzir 80 gigawatts-hora de energia por ano, o suficiente para garantir o consumo de 25 mil famílias.
Segundo o ministro, em Portugal, já estão licenciados mil megawatts e há “pouco mais de mil megawatts em processo de licenciamento” para novas centrais solares que irão produzir sem subsídios. Com os mil megawatts já licenciados, será possível “mais do que triplicar” até 2021 e “multiplicar por seis” até 2025 a capacidade de produção de energia solar em Portugal e “sem subsidiação”, admitiu.
“Isto demonstra que Portugal, hoje, é um país competitivo em termos de energias renováveis sem precisar de subsídios”, frisou, explicando que a “expansão muito forte do solar” e o ‘boom’ de novas centrais solares decorrem das “ótimas condições” do país para produção de energia solar, da evolução tecnológica e do “quadro regulatório estável, que dá confiança aos investidores” e lhe permite “ser competitivo a preços de mercado”.
“Portugal tem das melhores condições, não só na Europa, mas [também] a nível mundial, para produção de energia solar e o que se vê é que, de facto, os investidores responderam bem”, sublinhou.
“Esta estratégia que seguimos de um quadro regulatório sem subsídios vai, a prazo, contribuir para a descida do preço da energia em Portugal”, frisou, referindo que o Governo quer “continuar com uma estratégia consistente de aumentar o espaço das energias renováveis na produção”, mas “cada vez onerando menos os consumidores” e, neste sentido, as novas centrais a produzir “sem qualquer subsídio, portanto sem qualquer custo adicional para os consumidores”.
Por outro lado, as novas centrais “garantem” que Portugal vai passar a ser “cada vez mais um exportador de energia”, um país que cumpre e até ultrapassa as metas ambientais que se propõe na União Europeia e, “progressivamente”, terá “custos de energia mais baixos, tornando as empresas mais competitivas e dando mais poder de compra às famílias”.