“Portugal é o que é devido aos oceanos”, diz Marcelo Rebelo de Sousa
“Esta Conferência (dos Oceanos) tem lugar no tempo certo, no sítio certo e com a abordagem certa”. A declaração é de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, na sessão de abertura da 2.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorre até sexta-feira, 1 de julho, em Lisboa.
No seu discurso, o chefe de estado sublinhou a ligação lusa ao mar: “Portugal é o que é devido aos oceanos”, frisando que o país é uma “plataforma entre oceanos, continentes, culturas e civilizações no passado, no presente e no futuro. Por vezes, com êxito, outras vezes, sem, mas sempre presente na construção de pontes como esta frutuosa coorganização com a Quénia”.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a Conferência vem “na altura certa”, até porque, “apesar de dois anos de adiamento forçado devido à pandemia, guerras e crises socioeconómicas dramáticas, os políticos e os regimes passam, mas os oceanos ficam. Os oceanos têm milhões e milhões de anos e estarão nos próximos, se deles tratarmos”, alertou.
O chefe de Estado acrescentou também que a Conferência decorre “no tempo certo” e que é necessário “recuperar o tempo perdido”: “Os oceanos são centrais do equilíbrio geopolítico do poder, da saúde, dos recursos económicos, da energia, da mobilidade, das migrações, dos desenvolvimentos tecnológicos e científicos e das alterações climáticas”. Marcelo Rebelo de Sousa apelou também à adoção duma “abordagem certa porque a vida é muitas vezes discórdia e guerras por razões variadas, mas a vida tem que ser convergência, diálogo, tolerância, cooperação global, prioridades comuns”.
O Presidente da República reiterou que a pandemia e guerra não podem ser perpetuados para esquecer ou desprezar os desafios de longo prazo: “Esta tem que ser a conferência da sustentabilidade ambiental e da ambição na altura, local e com abordagem certa: cá estamos hoje”.
Na sessão de abertura, o Presidente da República não quis deixar de assinalar a presença do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres: “É uma honra e um prazer contar com António Guterres enquanto promotor desta importante Conferência, um homem de princípios e de convicções e um promotor da paz, justiça social e do desenvolvimento sustentável”.
Juntamente com o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da Conferência para apoiar e implementar o ODS14 – “Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”.
A 2.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas começa esta segunda-feira, 27 de junho, e termina na próxima sexta-feira, 1 de julho. Durante estes cinco dias estão esperadas mais de 7 mil pessoas de mais de140 países e 38 agências especializadas e organizações.