Segundo várias notícias divulgadas ontem, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM ou ICES, sigla em inglês) recomendou a suspensão da pesca da sardinha no mar ibérico pelo menos durante os próximos 15 anos, para que o stock da sardinha atinja níveis aceitáveis. No entanto, esta medida de suspensão poderá não ser suficiente para a recuperação da população de sardinha. Segundo o parecer do ICES, o plano de gestão para a pesca da sardinha, acordado entre Portugal e Espanha, não é precaucionária.
A Quercus tem acompanhado com elevado interesse e preocupação a situação da pesca da sardinha ibérica e considera que a sustentabilidade de uma pescaria não pode ser vista “de ânimo leve.” Relembra também que já existiram stocks de outras espécies que entraram em colapso, tais como a sardinha da Califórnia (Oceano Pacífico).
Para a Quercus, não há tempo a perder e opções alternativas têm que ser consideradas e implementadas, de modo a que a sustentabilidade da frota pesqueira nacional e das espécies de que ela depende, sejam atingidas. No caso da pesca de cerco, que depende da sardinha, a frota deverá apostar em espécies alternativas que se encontram em bom estado, como é o caso do carapau.
Assim, a Quercus considera que é imprescindível que o Governo português siga desde já as recomendações científicas do ICES e que Portugal abandone, ou condicione fortemente, a captura de sardinha durante os próximos 15 anos, ou até que novas evidências científicas em sentido contrário sejam reveladas, de modo que a espécie seja defendida e exista sardinha para as futuras gerações.