No âmbito da 2.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, decorreu, esta terça-feira, 28 de junho, o Side Event “How bilateral cooperation can contribute to achieve global goals – Portugal and Argentina together in the fight against ocean pollution and marine litter, through environmental education”. Promovido por Portugal e Argentina o evento paralelo à Conferência serviu para mostrar a cooperação bilateral existente (entre os países) para dar respostas a poluição do lixo marinho através da educação ambiental.
Lembrando que, em 2015, foi dado um “grande passo” quando a comunidade internacional concordou com a “Agenda 2030” e com os “17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS”, depois de “muitas negociações multilaterais difíceis”, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, não tem dúvidas da necessidade de se “dar respostas aos pedidos dos países específicos e membros das Nações Unidas, stakeholders e grandes grupos”.
É com base em “ações concretas” que Portugal e Argentina levam a cabo um “projeto de cooperação bilateral” para responder aos desafios do lixo marinho: “Este projeto é especificamente dirigido a ONG, municípios e comunidades piscatórias na Argentina, dando-lhes educação ambiental, algumas ferramentas digitais e iniciativas inovadoras para redução do plástico no oceano”. Incluído neste projeto estão ainda a “instalação de três coletores de resíduos” em três praias argentinas, refere. Para o ministro, o papel das comunidades piscatórias no combate à poluição de plástico no oceano é crucial, no sentido em que “podem dar o exemplo, tomando consciência do impacto das suas ações no oceano”, como também afirmarem-se como “protetores e vigilantes do oceano”.
Executado em plena pandemia, o projeto que contou com o apoio da Lipor e do Fundo Ambiental, tem dado garantias da sua relevância para se atingir os objetivos globais comuns: “Agora, estamos preparados para dar um passo em frente”, afirma.
Sendo que esta semana se centra no “oceano”, Duarte Cordeiro acredita que a mesma deve terminar com “fortes compromissos e parcerias” entre países e organizações: “É com grande entusiasmo que anuncio que Portugal vai renovar o memorando de entendimento com a Argentina e duplicar o financiamento de projetos com o Ministério do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável da Argentina, dedicando 400 mil euros por ano, durante três anos, para que possamos desenvolver projetos que sigam as nossas prioridades comuns”. A título de exemplo, destaca-se a continuidade de projetos relacionados com a “redução de plástico”, a “melhoria dos sistemas de água”, aumentando a cooperação nesta área, bem como a “garantia do acesso à água pelas comunidades locais” e, ainda, em áreas cruciais como a “prevenção de fogos florestais, gestão sustentável das florestas e energia”. Neste último, Duarte Cordeiro destaca que a Argentina é um “produtor estratégico de energia”, com o qual Portugal pode trabalhar em conjunto, como por exemplo, em “projetos de melhor utilização de resíduos na produção de biogás”.
Numa altura em que o apelo se centra na “ação”, o chefe da pasta do Ambiente está confiante que parcerias como a de Portugal e Argentina são a “chave” para se atingir os objetivos: “Estamos comprometidos em conseguir um planeta saudável e próspero (…) por isso, é importante dar continuidade a este tipo de projetos de sucesso que temos com a Argentina”.