Portugal desceu dez lugares no desempenho contra as alterações climáticas, passando a ocupar o 19º lugar entre os 58 países mais industrializados, segundo o índice “Climate Change Performance Index”, apresentado ontem na Cimeira do Clima (COP21), em Paris, e que o Jornal I divulgou hoje.
A classificação baseou-se na comparação do desempenho de 58 países responsáveis por mais de 90% das emissões mundiais de dióxido de carbono. A deflorestação e a degradação das florestas terão sido as principais causas para esta descida apontada no estudo das organizações não-governamentais German Watch e Rede Europeia de Ação Climática. Mas, há ainda outros fatores que contribuíram para o fraco desempenho ambiental, tais como o uso de “bastante” carvão na produção de eletricidade e o facto de Portugal ter tido em 2013 “um abrandamento significativo” na utilização de energias renováveis. Quem o explica é Francisco Ferreira, um dos 300 peritos consultados no estudo.
Por outro lado, Portugal foi penalizado em termos de eficiência energética porque “o PIB até chegou a diminuir aquando da recessão económica mas a quantidade de energia utilizada não diminui ao mesmo ritmo”, ou seja, não houve “ganhos de eficiência”, explicou à Lusa o professor do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Nova de Lisboa.
Ainda que o país tenha melhorado na avaliação à política climática graças ao recente Quadro Estratégico aprovado e ao Plano Nacional para as Alterações Climáticas, sai penalizado à escala internacional pelos atrasos na formalização do Fundo Verde do Clima.