Portugal Blue pretende mobilizar 75 milhões de euros para investimento em economia azul
O Fundo Europeu de Investimento (FEI) – o braço de capital de risco do Grupo Banco Europeu de Investimento (BEI)– e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), em representação do Fundo Azul, anunciam em comunicado o lançamento de um novo programa destinado a apoiar investimento em empresas portuguesas que operarem nos setores relacionados com o oceano.
A nova parceria, Portugal Blue, consiste, segundo as instituições, num “fundo-de-fundos subscrito em 25 milhões de euros por cada uma das instituições” e deverá ainda “atrair 25 milhões de euros adicionais de capital privado de investidores institucionais alinhados com as prioridades de ação climática”, bem como com os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas”.
No total, o programa pretende “mobilizar mais de 75 milhões de euros de capital privado, público e europeu” para “fomentar o ecossistema da economia azul portuguesa”, disponibilizando “capital de risco e expansão a mais de 30 empresas”, em todos os estágios de desenvolvimento.
De acordo com o mesmo comunicado, o “programa de investimento cobrirá até 70% da dimensão dos fundos selecionados”, com o intuito de “potenciar a capacidade crítica da plataforma local da economia azul”. O Portugal Blue irá também selecionar uma ou duas equipas a operar a partir de Portugal, dotadas de um conhecimento profundo do ecossistema azul português e que se proponham a atuar em conformidade com os Princípios Financeiros da Economia Azul Sustentável. De modo a alinhar os objetivos de retorno financeiro com a agenda de desenvolvimento sustentável, as equipas de investimento irão definir e monitorizar indicadores de impacto climático, que poderão afetar as respetivas comissões de sucesso.
O FEI será responsável pela seleção das equipas de investimento, estando já a decorrer a fase de candidaturas na sequência do lançamento de um convite público à manifestação de interesse.
A propósito desta iniciativa, o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, responsável pelas operações do Banco em Portugal, afirmou que “é com imensa satisfação que o Grupo BEI reforça a sua colaboração com a IFD, agora no âmbito do Portugal Blue. Investir nos mar e no ecossistema marinho e assegurar a sua sustentabilidade é da maior importância para Portugal, em especial no quadro da recuperação da economia portuguesa. Esta iniciativa é única e irá permitir apoiar start-ups, PMEs e MidCaps em Portugal, que acrescentam valor no âmbito da economia azul e, ao fazê-lo, promovem a ação climática e um desenvolvimento sustentável e inclusivo numa Europa que assume o valor inestimável dos Oceanos”.
O diretor-geral do FEI, Alain Godard, acrescentou ainda que, “o lançamento da Portugal Blue é um marco importante para o FEI, uma vez que consiste na primeira parceria de capital risco celebrada com uma instituição de fomento nacional com um objetivo de impacto positivo nos domínios do desenvolvimento sustentável e da ação climática. O sucesso desta iniciativa-piloto servirá de referência para parcerias semelhantes que venham a ser estabelecidas no futuro”.
Já administrador da IFD, Frederico Serras Gago, considera que “o Portugal Blue é uma operação histórica que reforça a relação estratégica entre a IFD e o FEI. Este terceiro programa tem por base os programas já existentes Portugal Tech e Portugal Growth, contribuindo agora para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e as políticas ambientais, sociais e governativas (ESG). Esta investimento no Portugal Blue representa um compromisso firme para com a economia azul em Portugal”.
Por seu turno, a presidente do Conselho de Gestão do Fundo Azul, Helena Vieira, afirma que “o Portugal Blue representa uma extraordinária oportunidade de investimento para o Fundo Azul, o fundo do Ministério do Mar, permitindo-nos investir diretamente na economia azul portuguesa e nos seus agentes, promovendo as empresas inovadoras, o empreendedorismo azul e a conservação e sustentabilidade dos oceanos aliada à ação climática e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.