A Portucel Moçambique vai inaugurar, no próximo mês de Setembro, o maior viveiro de plantas em África, com uma capacidade inicial de 12 milhões de plantas/ano, número que poderá vir a ser duplicado já em 2016. Este projecto florestal será desenvolvido nas províncias de Manica e Zambézia, numa área de 356 mil hectares, estando prevista a criação de sete mil postos de trabalho. Sendo um dos maiores negócios fora da indústria extractiva em Moçambique, este projecto terá um forte impacto no desenvolvimento do tecido empresarial e agrário das duas províncias, pois criará também um elevado número de postos de trabalho indirectos em empresas parceiras da Portucel Moçambique. As plantas deste viveiro representam um importante contributo da Portucel para um esforço de florestação que a empresa tem vindo a fazer. Diogo da Silveira, o presidente executivo da Portucel, lembrou que, depois da conclusão do viveiro, a empresa portuguesa também quer construir, até 2023, uma fábrica para o processamento de eucalipto em pasta de papel em Moçambique, um investimento que está avaliado em 2,37 mil milhões de euros. Desta forma, beneficia-se a balança comercial de Moçambique, contribuindo para o seu desenvolvimento industrial e agrícola. “É um projecto para uma geração. O retorno deste projecto são 25 anos. São precisos sete a oito anos para termos as florestas plantadas de forma adequada a poderem ser trabalhadas pelas nossas fábricas. E, depois, são cerca de 17 anos para rentabilizar o investimento”, esclareceu o presidente executivo da Portucel. “Vamos conseguir construir o que nós pensamos que será a mais competitiva fábrica de pasta de papel, para produto entregue em Xangai (China). No nosso mercado os custos de transporte são muito importantes e Moçambique tem uma localização geográfica fantástica: está virado para o Oriente, nomeadamente para o mercado chinês, que é o mercado que mais cresce. É a construção de uma fábrica dirigida, totalmente, para o mercado chinês”, acrescentou. Segundo Diogo da Silveira, além da fábrica de pasta de papel, que é o objetivo número um do projecto e que deverá ser construída daqui a seis anos, a Portucel também está em negociações com o governo de Moçambique para instalar uma ou várias centrais elétricas, à base de biomassa, de 50 megawatts cada uma. Questionado sobre a capacidade da rede ferroviária de Moçambique para dar resposta às necessidades da futura fábrica de pasta de papel, Diogo da Silveira disse que todo o projeto foi concebido tendo em conta as infraestruturas que já existem em Moçambique. “A rede ferroviária já cobre uma parte do território. A base do nosso plano assenta nas infraestruturas que existem hoje, Mas temos a expectativa, claramente, de que haja mais desenvolvimento e que a situação fique ainda mais facilitada, do ponto de vista económico, social e de segurança”, explicou.
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