O projeto City Loops, que junta sete cidades europeias à procura de soluções para serem mais circulares em matéria de resíduos urbanos, foi lançado no final do passado mês numa reunião em que os representantes políticos dos países envolvidos rubricaram uma declaração de princípios.
De acordo com o documento, “Declaração de Cidades Circulares”, os parceiros comprometem-se, entre outras medidas, a “desenvolver um conjunto de atividades inovadoras de demonstração” que “ajudem a identificar as soluções mais favoráveis” ao nível da economia circular, abrindo caminho para uma ampla coligação de cidades circulares “com as principais partes interessadas e iniciativas em toda a Europa”, pode ler-se numa nota enviada pela 2GO OUT Consulting à imprensa.
“O ‘City Loops’ tem como objetivo fornecer um modelo testado que promova a circularidade e que outros governos locais e regionais em toda a Europa possam seguir”, afirma Simon Clement, coordenador do ICLEI (Local Governments for Sustainability), o organismo internacional que lidera este projeto financiado pela União Europeia, focado nos resíduos orgânicos (RO) e de construção e de demolição (RCD).
A nota salienta ainda que os RCD – incluindo solos – e os RO são dois dos fluxos de materiais urbanos mais significativos com um notável impacto ambiental.
Como o desenvolvimento do “City Loops”, a decorrer até setembro de 2023, serão testadas mais de 30 novas ferramentas e procedimentos de acesso aberto de forma a incorporar a circularidade nos processos de planeamento e tomada de decisão para este tipo de resíduos, tendo como objetivo final conduzir a transição para uma economia circular e, no futuro, replicar esta medidas a nível regional e europeu.
São sete as cidades europeias-piloto que fazem parte do projeto: “Høje-Taastrup e Roskilde (Dinamarca), Mikkeli (Finlândia), Apeldoorn (Holanda), Bodø (Noruega), Porto (Portugal) e Sevilha (Espanha)”.
Entre as 28 organizações de oito países, participam neste projeto quatro entidades portuguesas, entre elas a 2GO OUT Consulting, com sede na SANJOTEC – Parque de Ciência e Tecnologia de S. João da Madeira. Os restantes parceiros nacionais são o Município do Porto, a empresa municipal Porto Ambiente e a LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto.
As cidades – todas de pequena e média dimensão, à escala europeia – irão dinamizar ações que vão desde instrumentos para prever potenciais movimentações de solos e produção de RCD, a campanhas de consciencialização, ferramentas de apoio à tomada de decisões de circularidade, simulação de impactos, ferramentas de visualização 3D e diretrizes para as compras para produtos orgânicos.
Paralelamente, será realizada uma avaliação de circularidade em todo o setor e uma avaliação da circularidade urbana em cada uma das cidades. O primeiro ajudará a otimizar as atividades de demonstração, enquanto que o segundo permitirá que as cidades integrem efetivamente a circularidade no planeamento e na tomada de decisões.
Outro aspeto-chave do “City Loops” são as compras circulares: “as cidades irão explorar a forma como as compras no setor público podem criar mercados para produtos e soluções inovadoras de economia circular”, desde um “design mais circular”, aumentando o uso de materiais reciclados nos produtos, até “assegurar a reparação, reutilização e reciclagem apropriada de produtos e materiais, assim como a promoção de modelos de manutenção dos produtos e/ou equipamentos”, refere a mesma nota.