O Porto tem acompanhado o ritmo de crescimento na área das energias renováveis e continua a dar cartas neste campo, com a produção de energia solar no universo municipal a bater níveis históricos em 2023. A capacidade total instalada em infraestruturas do município aumentou para 2 MWp, um valor que triplicou face ao ano anterior.
A empresa municipal Águas e Energia do Porto, responsável pela gestão da energia fotovoltaica nos edifícios municipais, revela que um dos fatores determinantes para este resultado foi a estratégia de investimento em novas unidades de produção. Foi assim que se conseguiu atingir o novo máximo anual de produção de energia solar de 672 MWh – valor este que apenas contabiliza os últimos meses de 2023, já que as diferentes infraestruturas foram sendo instaladas ao longo do ano. Com a entrada em pleno funcionamento de novas estruturas, a expetativa é que a produção continue a crescer em 2024.
Filipe Araújo, presidente da Águas e Energia do Porto, acrescenta que “só conseguimos alcançar estes valores históricos porque o Município do Porto apostou muito fortemente na implementação de painéis fotovoltaicos em toda a cidade”.
A capacidade de produção de energia própria das instalações municipais, com base em fontes de energia renovável, demonstra a preocupação com a sustentabilidade. Num período normal de sol, a energia utilizada será, preferencial e prioritariamente, de origem solar, inteiramente gratuita e sustentável. E, por isso, “em pouco tempo, o investimento feito paga-se a si próprio”, acrescenta Filipe Araújo.
A estratégia energética é muito relevante para um dos grandes desígnios da cidade: antecipar a neutralidade carbónica do Porto para 2030. E foi, com esse propósito, que o Município lançou o Pacto do Porto para o Clima, para envolver cidadãos, instituições e empresas neste objetivo comum. Um dos objetivos é o incentivo à produção de energia descentralizada, promovendo cada vez mais a criação de zonas de energia positiva, tendo como principal fonte de energia sustentável, a energia solar.
Para tal, estão a ser promovidas comunidades – como é exemplo o Bairro da Agra do Amial e a comunidade escolar local (estabelecimento de ensino básico) no projeto “Asprela + Sustentável” – que serão incentivadas e instruídas para o consumo de energia limpa, a adoção de carregamentos elétricos, numa lógica de mobilidade sustentável, e para o armazenamento de parte da energia produzida.
Para 2024 prevê-se a instalação de seis novas Unidades de Produção de Energia Fotovoltaica em infraestruturas municipais, nomeadamente no Parque de Estacionamento da Trindade, Palácio dos Correios, Teatro Municipal – Rivoli, Teatro Municipal – Campo Alegre, Escola Básica das Antas, ETAR de Sobreiras e o reforço da UPAC da ETAR do Freixo, num reforço total superior a 1,1 MWp de potência instalada.