O Município de Arouca vai relançar nesta primavera o percurso pedestre GR28 que, segundo explicou a autarquia, envolve uma grande rota de 90 quilómetros com grandes desníveis, deu conta a Lusa.
“Por Montes e Vales” — é essa a designação oficial do trajeto — teve a sua promoção suspensa desde os grandes incêndios de 2016, após o que a câmara municipal desenvolveu um projecto de 33.700 euros para proceder à requalificação do percurso, mediante medidas como a remarcação do traçado da rota e a substituição da sua sinalética.
“O pedestrianismo é uma atividade com um número de praticantes muito elevado e, com o relançamento deste percurso, que é a única grande rota disponível no Geoparque de Arouca, reforçamos a nossa oferta turística, sobretudo junto dos amantes do turismo de natureza”, declarou à Lusa a presidente da autarquia, Margarida Belém.
A rota em causa é um percurso circular com início e fim na vila de Arouca, junto ao Museu Municipal, desenhando-se através dos vales de Arouca, Paivó e Paiva, e da serra da Freita. Com um nível de dificuldade médio, e podendo realizar-se em qualquer altura do ano, inclui ainda passagens pelo Museu das Trilobites Gigantes no Centro de Interpretação Geológica de Canelas e também pelo santuário da Senhora da Mó.
Ao longo desse trajeto, os caminhantes encontram vários geossítios classificados, aldeias de montanha habitadas e abandonadas, cursos de água, cumeadas com vistas panorâmicas, vias romanas e antigas minas de volfrâmio, assim como ligações a outros trilhos de pequena rota existentes no concelho, cada um dos quais com menos de 30 quilómetros.
Realçando, aliás, que a rede municipal de 15 percursos pedestres também foi recentemente requalificada, o que envolveu um investimento global de “aproximadamente 150.000 euros”, Margarida Belém aponta alguns dos locais em que a renovada GR28 se cruza com rotas mais pequenas.
“Em Santa Maria do Monte, por exemplo, a rota ‘Por Montes e Vales’ liga-se ao PR4, que tem o nome de ‘Cercanias da Freita'”, referiu a autarca, acrescentando que, “depois dessa aldeia, a GR28 sobe para a Portelada e percorre caminhos comuns ao PR2, que é o trajeto ‘Caminhos do Vale do Urtigosa’, até Souto Redondo e Póvoa Reguenga”.
Outras pequenas rotas que se cruzam com a GR28 são o PR15 “Viagem à Pré-História”, o PR7 “Nas Escarpas da Mizarela” e ainda o PR16 “São Pedro Velho”, cuja designação é inspirada no nome do geossítio onde um marco geodésico marca uma altitude de 1077 metros — o que garante ao local vistas panorâmicas que abarcam, por um lado, desde as serranias do Gerês e do Douro até ao vale do Mondego e à serra da Estrela, e, por outro, uma linha de mar desde a Póvoa de Varzim até à ria de Aveiro e à serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz.
Margarida Belém admitiu que algumas porções da GR28 não terão cobertura de rede telefónica, mas confia na segurança do percurso, dado que, mesmo nas zonas mais isoladas, esse se desenvolve “sempre na proximidade de pequenos povoados”.