Populações estão mais conscientes para uso indevido do fogo
O presidente da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais considerou ontem, na Lousã, que as populações estão mais conscientes para o uso indevido do fogo e para as suas consequências. “A sociedade está mais consciente e percebe que o problema [dos incêndios] não se resolve só com mais meios de combate”, disse Tiago Oliveira à agência Lusa.
O responsável pela estrutura de missão criada pelo Governo, que falava na aldeia de xisto do Talasnal, na Serra da Lousã, à margem do seminário do projeto-piloto “Construção de Aldeias Resilientes – Firewise”, salienta que é “preciso mudar comportamentos”. Para Tiago Oliveira, “o esforço de todos, num problema que é de todos, em que cada um traz uma parte da solução, é muito importante”.
Segundo o presidente da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, neste momento existem já cerca de um milhar de povoações abrangidas pelo projeto “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” e a campanha “ainda está no início”.
No âmbito deste programa, aquela estrutura realizou ontem à tarde o seminário do projeto-piloto “Construção de Aldeias Resilientes – Firewise“, na aldeia de xisto do Talasnal, depois de idêntica ação ter sido realizada em Monchique, no Algarve.
Dirigida a comunidades inseridas em municípios com elevada população estrangeira residente e empreendimentos turísticos, a ação pretendeu divulgar informação em inglês de modo a reforçar o desenvolvimento de medidas de prevenção e de autoproteção.
A sessão de trabalho foi ministrada por duas especialistas internacionais, Val Charlton e Tessa Oliver, da Landworks, organização sediada na África do Sul, que se inspiraram nos princípios de firewise (comunidades adaptadas ao fogo), desenvolvidos nos Estados Unidos há cerca de 30 anos. De acordo com Tiago Oliveira, os princípios do firewise têm vindo a ser testados e aplicados em África do Sul, Chile ou Indonésia com grande sucesso.