A população mundial alcançou esta terça-feira, 15 de novembro, os 8 mil milhões de pessoas. As projeções são da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê que sejam atingidos os 9 mil milhões de pessoas em 2037 e os 10 mil milhões por volta de 2058.
Este aumento de população é visto pela ONU como um desafio acrescido: “Mais bocas para alimentar, mais casas para construir e mais pessoas para educar”. Ainda assim, chegar a este número significa também o “fortalecimento da humanidade”, o “aumento da imunidade” e a “criação de muitas mais oportunidades para prosperar”, lê-se na nota da organização.
Segundo o organismo internacional, existem algumas tendências que ajudam não só a compreender o crescimento populacional até ao presente, mas também a perceber as previsões do crescimento humano para o futuro. As melhores condições de vida ou a redução da taxa de mortalidade infantil são alguns exemplos demonstradores deste crescimento populacional. Também a esperança média de vida (EMV) está a aumentar mundialmente: em 2019, era de 72.8 anos e prevê-se que aumente para 77.2 em 2050. No entanto, esta dinâmica varia significativamente, tendo em conta que nos países menos desenvolvidos a EMV é de 63 anos, quase menos 10 anos que a média mundial. Também a migração internacional está a mudar as populações: “Em alguns países com baixas taxas de natalidade, a imigração é o que sustenta o crescimento populacional, ao passo que noutros, a emigração contribui para o decréscimo da população. Em 2020, 281 milhões de pessoas viviam fora do seu país de origem, mais 128 milhões do que em 1990”.
Com a queda das taxas de natalidade e o aumento da EMV, outra das tendências assenta numa população mundial que tem envelhecido rapidamente. Desta forma, a estrutura etária da população está a mudar – “em 2018, pela primeira vez, existiam mais pessoas com mais de 65 anos do que crianças de 5 anos”. No entanto, o envelhecimento ocorre de formas diferentes: “A Europa e a América do Norte lideram o ranking de população mais envelhecida”.
A mudança dos grandes centros também é outro fator, uma vez que as regiões estão a crescer a ritmos diferentes, fazendo com que a distribuição geográfica da população mundial se vá alterando. “Desde 2022, metade da população mundial vive em África, sendo a Índia e a China os países mais populosos. Entretanto, a África subsariana tem sido a região com o mais rápido crescimento desde 1980, tendo registado 2,5% de crescimento em 2022, face aos 0,8 mundiais. É expectável que duplique até 2050, projetando ser a região mais populosa em 2060”, frisa.