Em menos de 50 anos (entre 1970 e 2012), as populações de animais selvagens caíram em todo o mundo para menos de metade e, a manter-se a este nível alucinante, em 2020, quando se cumpre meio século de contagem, essa perda deverá atingir os 67%.
São dados dos Relatório Planeta Vivo 2016 divulgado ontem pela WWF, que aponta o dedo a uma única espécie para explicar este declínio: os seres humanos.
“A vida selvagem está a desaparecer nas nossas vidas a um ritmo sem precedentes”, afirmou Marco Lambertini, diretor-gteral da WWF Internacional na apresentação do novo relatório sublinhando que “isto não é apenas sobre as espécies maravilhosas que todos amamos”, mas sobre todas elas e os seus ecossistemas – sobre a própria Terra, afinal de contas.
A solução passa por reverter o mais depressa possível este processo de destruição, até porque, garante Lambertini, as ferramentas para corrigir o problema estão todas aí.
“Temos de começar a usá-las agora, se queremos levar a sério a preservação de um planeta vivo que garanta a nossa própria sobrevivência e prosperidade”, alertou. Apontou medidas de proteção do ambiente, em articulação com o desenvolvimento económico, por alterações profundas nos padrões de produção e de consumo ou ainda pela descarbonização urgente da economia, de forma a evitar que as alterações climáticas mudem de forma irreparável o planeta.
À parte desta dimensão do problema, que se agravou desde o último relatório Planeta Vivo da WWF, de 2014, a perda acelerada da biodiversidade do planeta não é propriamente uma novidade.
Tal como destaca o DN, a tendência tornou-se mais visível a partir de 1990 e desde então não parou de se acentuar – tendo hoje uma taxa anual de queda de 2% – como evidenciam os dados.