O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) apresentou na semana passada, em conferência de imprensa, o projeto europeu de energia TESSe2b (Thermal Energy Storage Systems for Energy Efficient Buildings), que é coordenado pela instituição e financiado num total de 4,3 milhões de euros pelo programa Horizonte 2020.
Em Portugal, a equipa de investigação é coordenada pelo Prof. Doutor Luís Coelho, docente da ESTSetúbal, do IPS, sendo o projeto realizado em parceria com mais dez entidades de oito países europeus (entre universidades, empresas e associações), durante os próximos quatro anos.
O TESSe2b visa o desenvolvimento de um equipamento para climatizar as habitações e aquecer as águas sanitárias, baseado no armazenamento térmico de energia e com recurso às energias renováveis (solar e geotérmica), permitindo “aumentar a eficiência energética entre 25 a 30%, o que significa que para o proprietário a sua fatura energética vai ser reduzida nesta mesma grandeza”, referiu Luís Coelho. Com a utilização da energia solar e geotérmica pretende-se ajudar a Europa e Portugal a alcançarem as metas definidas para a redução do consumo de energia, bem como “contribuir para a sustentabilidade do ambiente e para a economia nacional”, indicou o docente do IPS.
Atualmente não existem soluções que consigam armazenar e conservar o calor ou frio com o máximo de eficiência, sendo por isso o grande desafio criar um sistema inovador “usando a nanotecnologia e diferentes tipos de tecnologias para conseguir tornar o armazenamento praticável e mais eficiente”, mencionou Luís Coelho. Para testar o seu real funcionamento e adaptação a climas diferentes, vão ser implementados três protótipos do TESSe2b no Chipre, em Espanha e na Áustria. O objetivo final do projeto é que o equipamento possa ser comercializado em 2020.
Desde há vários anos que o IPS participa em projetos europeus e de acordo com o Presidente da instituição, Pedro Dominguinhos, “temos fortes expetativas neste projeto, pois a área da eficiência energética é uma aposta do IPS que tem tido bons resultados”, definindo o TESSe2b como “um exemplo muito claro da competência existente no IPS, do trabalho em rede e da boa relação com o mercado”, uma vez que as avaliações realizadas aos projetos pelo programa Horizonte 2020 são extremamente exigentes.
No mesmo dia decorreu a primeira reunião de trabalho que envolveu a participação dos 10 parceiros europeus do projeto e da representante da Comissão Europeia, durante a qual se analisou o trabalho realizado até à data e determinou as etapas para os próximos meses.