Politécnico de Leiria lidera projeto europeu que transforma algas em alimentos e medicamentos
O Politécnico de Leiria lidera o projeto europeu que pretende transformar uma atual ameaça dos oceanos, as algas invasoras, numa oportunidade. Produtos alimentares, rações, novos medicamentos e cosméticos serão algumas das inovações desenvolvidas com recurso a estas algas. O MARE-IPLeiria, unidade de I&D do Politécnico de Leiria, será o responsável por liderar o projeto AMALIA (Algae-to-MArket Lab IdeAs), que envolve instituições de Portugal, Espanha, Áustria e Holanda.
Este projeto visa valorizar as algas do noroeste da Península Ibérica e criar produtos alimentares inovadores, rações com potencial para estimular o sistema imunitário de peixes e camarões em aquacultura, extratos para a indústria cosmética e novos medicamentos. Para promover a monitorização do aparecimento destas algas invasoras, avançados sistemas e soluções de engenharia e recolha de imagem serão integrados num sistema subaquático, que dará informações em tempo real sobre o aparecimento e quantidades de alga – permitindo assim espoletar mecanismos de recolha das algas para a indústria, antes que imponham danos no ambiente marinho.
AMALIA é um dos quatro projetos financiados pela Comissão Europeia no âmbito do mecanismo Blue Labs, e justifica-se “pelo crescente aparecimento de espécies de algas marinhas exóticas, que têm causado problemas ecológicos e económicos consideráveis”, explica Marco Lemos, coordenador do MARE-IPLeiria. Segundo o investigador, coordenador do projeto, “estas ameaças podem no entanto ser encaradas como oportunidades, e aproveitadas tendo em conta o seu potencial industrial, e a presença de compostos com grande potencial de uso na indústria alimentar, rações, farmacêutica e cosmética”.
Além do Politécnico de Leiria, enquanto líder, o projeto europeu conta com a participação do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Universidade do Porto, da Universidade de Coimbra, da Universidade de Vigo (Espanha), da Associação para o Desenvolvimento de Peniche (Portugal), e das empresas Algaplus (Portugal), Biomin (Áustria), e Quest-Innovation (Holanda).