A plataforma internacional Fibrenamics Green, criada em parceria pela Universidade do Minho e pelo Centro de Valorização de Resíduos de Guimarães, está entre os 25 finalistas aos prémios REGIOSTARS 2020 da Comissão Europeia, concorrendo na categoria “Crescimento Sustentável: economia circular para uma Europa Verde”. Os vencedores dos REGIOSTARS 2020 serão conhecidos a 14 de outubro, em Bruxelas, durante a European Week of Regions and Cities.
“O mote do projeto Fibrenamics Green diz tudo: do lixo para o mercado através do conhecimento. Resume muito bem o que a Comissão Europeia vê como caminho a fazer para a sociedade que queremos: mais justa, mais respeitadora do ambiente, mais digital e resiliente. Exemplos como este provam que é possível ter uma economia que equilibra a sustentabilidade com a viabilidade económica: este é o ponto de partida para uma sociedade baseada na economia circular Portugal tem tido constantemente finalistas e vencedores nas várias edições no REGIOSTARS, o prémio da Comissão Europeia para projetos de desenvolvimento regional financiados pela UE. É uma prova viva de como os fundos europeus têm impacto real nas nossas comunidades e de como os portugueses sabem aplicar estas oportunidades e o seu talento em projetos inovadores,” refere Sofia Colares Alves, representante da Comissão Europeia em Portugal.
A Fibrenamics Green foi criada como uma resposta aos milhões de toneladas de resíduos industriais que a União Europeia produz anualmente e que são considerados lixo. Segundo o comunicado, a plataforma impulsiona a “conversão destes resíduos em produtos inovadores de elevado valor acrescentado, por incorporação de ciência, tecnologia e design”, contribuindo igualmente para a “responsabilização e consciencialização do produtor através da articulação efetiva entre produção e inovação ou investigação”.
Esta plataforma colaborativa reúne 20 investigadores, mais de 100 agentes empresariais parceiros, um Green Think Tank composto por 80 designers, criou sete concursos de criatividade, apresentou 150 candidaturas a vários concursos, foi responsável pela exposição de cinco obras de arte produzidas com resíduos e já envolveu mais 500 participantes em ações de demonstração de tecnologias.
Raul Fangueiro, professor da Universidade do Minho e Coordenador da Fibrenamics Green, refere que “a Fibrenamics Green converte resíduos industriais – considerados lixo, em produtos de elevado valor acrescentado através da incorporação de ciência, tecnologia e design, constituindo-se como uma plataforma colaborativa entre universidades, empresas, investigadores e designers. O nosso trabalho só é possível graças ao apoio da União Europeia”.
O projeto já originou dois spin offs: a SlateTec, que se dedica à produção de ecocompósitos, criada pela empresa Lousas de Valongo, para a valorização de resíduos produzidos na extração da ardósia; e a Givaware, que se dedica ao desenvolvimento de produtos, utilizando novos materiais sustentáveis de acordo com os princípios da economia circular.
Adicionalmente, e face à necessidade de implementação de modelos de circularidade em empresas industriais produtoras de resíduos, a Fibrenamics Green tem neste momento vários projetos one-to-one (Fibrenamics/Empresa) em curso com a captação de 2,5 milhões de euros para I&D. Graças ao modelo integrador de diferentes competências que tem obtido com excelentes resultados, o projeto já foi replicado na Região Autónoma dos Açores, com diversas ações em curso que integram os resíduos produzidos nesta região (madeira, leite, basalto, folhas de ananás) e as competências das empresas locais.
O projeto Fibrenamics Green – Plataforma para o Desenvolvimento de Produtos com base em resíduos é cofinanciado pela União Europeia através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no NORTE 2020 – Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020.
Em 2020, os Prémios REGIOSTARS centram-se em cinco domínios fundamentais para o futuro da política regional da UE:
- Transição industrial para uma Europa inteligente,
- Economia circular para uma Europa verde,
- Competências e educação para uma Europa digital,
- Envolvimento dos cidadãos para cidades europeias coesas,
- Capacitação dos jovens para a cooperação além-fronteiras – 30 anos de Interreg.