Um ano depois das cheias de novembro de 2015 em Albufeira, foi apresentado na passada sexta-feira, na câmara municipal, o Plano de Drenagem. Trata-se de um conjunto de propostas para resolver o problema das inundações devido às chuvas intensas.
O Plano resultou de um trabalho de levado a cabo por uma equipa liderada por José Saldanha Matos, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, tendo contado com a colaboração de um vasto conjunto de técnicos municipais, com supervisão direta do presidente da Câmara Municipal, Carlos Silva e Sousa. Saldanha Matos foi contactado ainda em 2015 pelo autarca de Albufeira, dado ser o responsável pela solução adotada por Lisboa para resolver problemas congéneres.
Na referida apresentação, Saldanha Matos apresentou diversos dados relativos à intempérie de 2015, tendo avançado com um conjunto de propostas das quais se destaca a construção de um grande túnel que vai servir para desviar o caudal da ribeira de Albufeira da baixa da cidade, em direção ao mar. Esta medida representa um dos grandes investimentos propostos, estando orçada em cerca de 15 milhões de euros.
Das soluções apresentadas há ainda a destacar um conjunto de intervenções consideradas prioritárias e que incluem “coletores de meia encosta em várias zonas da cidade”, “uma estação de bombagem na Rua Cândido dos Reis”, assim como a “construção de um túnel que permita o desvio dos respetivos caudais, na zona do INATEL”.
Especificando situações de outros países, nomeadamente de Barcelona, o especialista avançou com o exemplo da Holanda, que tem metade do território abaixo da linha da água do mar, “e não tem grandes problemas com cheias. Aqui tem de ser a mesma coisa, com um sistema tipo bomba que reage imediatamente e permite retirar a água que se acumula. Não estamos a eliminar a causa, mas a eliminar os efeitos”. Este conjunto de intervenções prioritárias representa ”quase dois terços do investimento, e devem assumir caráter prioritário. É um investimento muito importante para salvaguardar e proteger as pessoas”, defendeu.
A apresentação contou ainda com as intervenções de Filipa Ferreira e Manuel Pinheiro, que se debruçaram respetivamente sobre questões de índole financeira e ambiental.