As petrolíferas estão a vender mais combustível e a retoma promete ter vindo para ficar, depois de um “despertar tímido” ao longo de 2014, lê-se no Diário Económico. Os dados, que acabam de ser divulgados pela Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis, são um sinal claro da inversão da tendência dos últimos anos, em resultado da crise económica e financeira que obrigou à intervenção da ‘troika’.
Em Julho passado, comparativamente ao mesmo período de 2014, registou-se um aumento de 5,7% do consumo mensal de gasolina e gasóleo. Face aos anos anteriores, 2012 e 2013, o reforço é de 2,1% e 11,6%, respectivamente. Mas estes números não são sinónimo de maior facturação e lucro acrescido para a generalidade das empresas do sector. Quem o garante é o presidente da Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas, António Comprido. Os automobilistas abastecem maiores volumes de combustíveis. Porém, a um preço inferior ao praticado em 2014. A queda acelerada da cotação do petróleo levou a um recuo do preço dos combustíveis para níveis de 2010.
O relatório da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis revela que a margem bruta, entre o início de Janeiro e o final de Junho de 2015, em Portugal, caiu 1,1% e 0,1 cêntimos por litro para o gasóleo e gasolina, respectivamente. Estes valores, refere o organismo que supervisiona o sector, correspondem a uma diminuição de 6,4%, no gasóleo, e 0,3%, na gasolina. Para este cenário tem contribuído a concorrência dos hipermercados e marcas brancas. Segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, até Março, a rede de postos das marcas dos associados que actuam neste segmento de negócio detinha uma quota de 28,4%, em volume, e 27%, em valor.
Apesar de acompanhar a média verificada na União Europeia (EU 28), o preço de venda do gasóleo em Portugal, situa-se 33,5% superior à media comunitária a 29 de Junho de 2015, alerta a Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis. Já a gasolina, refere a mesma fonte, tem apresentado variações mais acentuadas do que a média europeia desde Janeiro de 2015, encontrando-se 29,5% acima da média comunitária, para o mesmo período em análise. Portugal é assim o nono país com o preço médio, antes de impostos, mais elevado no gasóleo, ocupando o 12º lugar após impostos.No caso da gasolina, Portugal é o quarto mais caro, subindo para sétimo quando incorporada a fiscalidade.