A petrolífera francesa Total vai disponibilizar em Angola, a partir de junho, lâmpadas alimentadas por energia solar, destinadas às populações que ainda não têm acesso a eletricidade no país. A informação foi prestada à Lusa pelo diretor-adjunto da Total Angola, João Amaral, e surge na sequência de um acordo firmado a 3 de julho de 2015, em Luanda, entre aquela petrolífera e a estatal angolana Sonangol, na presença do Presidente de França, François Hollande.
“Já foram encomendadas as lâmpadas solares Awango [produzidas pela Total] e até ao mês de março esperámos poder recebê-las. A meio deste ano as lâmpadas poderão estar disponíveis no mercado”, explicou João Amaral.
O projeto “Awango by Total” inclui desde pequenas lâmpadas, até minissistemas, alimentados por energia solar, equipamentos destinados a países, nomeadamente em África, “cujo acesso à energia não é considerado garantido”.
Até maio de 2015, segundo a Total, já tinham sido vendidas mais de um milhão destas lâmpadas solares, nomeadamente para países como Camarões, Quénia, República do Congo, Burkina Faso, Nigéria, Senegal, Uganda e Etiópia.
“Vamos ver, em função da aceitação, como corre o projeto cá, que é muito importante para nós. Estas lâmpadas têm a vantagem de poderem carregar, por exemplo, os telemóveis, além de garantirem uma iluminação de 12 horas, por noite”, sublinhou o diretor-adjunto da Total Angola.
A venda destes equipamentos – o preço de comercialização não foi divulgado – será feita nas estações de serviço da Sonangol, concessionária angolana do setor petrolífero, sendo considerado o primeiro grande projeto de energia solar no país.
“Fizemos uma primeira encomenda de lâmpadas e em função da aceitação, poderemos encomendar mais”, concluiu João Amaral.
A população rural angolana, estimada em mais de oito milhões de pessoas, vive ainda sem acesso a eletricidade, com a iluminação garantida por velas, lamparinas a petróleo ou pequenos geradores individuais a gasóleo.
A Total é a maior operadora de petróleo em Angola, garantindo 700 mil dos quase 1,8 milhões de barris de crude que o país produz por dia.