Petroleiro em chamas ao largo de Xangai afunda-se após oito dias
O petroleiro iraniano que estava a arder há oito dias, após uma colisão com um cargueiro chinês, foi “totalmente consumido” pelas chamas afundando-se em seguida, noticiou este domingo, dia 14, a imprensa chinesa, refere a agência Lusa.
Um responsável iraniano declarou, entretanto, que já não há esperança de encontrar sobreviventes. O Sanchi transportava 136 mil toneladas de hidrocarbonetos leves (condensado) e uma tripulação de 32 homens (30 iranianos e dois marinheiros do Bangladesh), dos quais foram encontrados apenas três corpos.
O navio pegou fogo após uma colisão na noite de 06 de janeiro com um cargueiro chinês (com bandeira de Hong-Kong). Apesar do afundamento do Sanchi, as autoridades chinesas desvalorizam os riscos de uma catástrofe ambiental de grandes proporções a pouco mais de 300 quilómetros da cidade de Xangai.
De manhã em Lisboa, as chamas no navio ganharam força “subitamente” e envolveram na totalidade a embarcação, lançando uma coluna de fumo a mais de um quilómetro pelo ar, explicou o ministério chinês dos Transportes.
O navio naufragou pouco tempo depois, indicou a agência oficial Nova China. O porta-voz da equipa de resgate enviada pelo Irão declarou à televisão estatal do seu país que já não há esperança de encontrar sobreviventes.
“Os membros da tripulação do navio morreram no decurso da primeira hora do acidente, devido à potência da explosão e às emanações de gás”, disse Mohammad Rastad.
“Infelizmente, apesar dos nossos esforços para entrar no petroleiro e transferir os corpos, tal não foi possível devido às recorrentes explosões e ao gás (…) Não há qualquer esperança de encontrar sobreviventes”, salientou.
Os serviços de emergência chineses encontraram no sábado a “caixa negra” do petroleiro, que transportava uma carga para a Coreia do Sul.
Um jornalista da televisão estatal chinesa CCTV, a bordo de um avião da Administração Pública Oceânica, explicou ter visto destroços do Sanchi e petróleo em chamas, bem como hidrocarbonetos espalhados por uma zona de 10 quilómetros quadrados. “A maré negra é muito grave”, declarou o jornalista na CCTV.
Mas a estação também citou um engenheiro da administração oceânica, Zhang Yong, que desvalorizou os riscos. “Trata-se de crude leve, e este tipo de maré negra tem consequências bem menores, comparada com outros tipos de maré negra, uma vez que este género de petróleo é especialmente volátil. A maior parte foi para a atmosfera, pelo que haverá menos consequências para o oceano”, declarou Zhang. O impacto para o homem será “mínimo”, uma vez que o derrame ocorreu no mar, longe de locais habitados, concluiu.
*Foto Reuters