“Alcançar serviços de excelência para todos numa lógica de circularidade, materializar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 6) das Nações Unidas e assegurar os direitos humanos no acesso a água potável e saneamento”. Esta é a grande visão do Plano Estratégico PENSAARP 2030, que traçam o futuro do setor da água.
Tendo como pano de fundo este plano, Jaime Melo Baptista, Presidente da LIS-Water – Lisbon International Centre for Water, começou por relembrar que o grande foco é garantir serviços mais eficazes, eficientes, sustentáveis e de maior valor para a sociedade. Assim, o futuro deve, primeiramente, ser focado na finalização da infraestruturação para que esses serviços sejam eficazes a que cheguem a toda a sociedade, garantindo que “esses serviços funcionam 24h por dia e com fiabilidade”. Já sobre a “eficiência”, o especialista chama a atenção para se conseguir uma “melhor governação global” e uma “melhor superação do setor”, bem com um “maior compromisso” dos atores e decisores: “O Governo e Autarquias devem estar muito comprometidos”. E nesta linha segue-se a “digitalização”, uma “melhor aceitação dos recursos que serão mais escassos” e, finalmente, a “luta por uma bandeira ‘velha’” que assenta na “eficiência hídrica”, juntando-se, agora, a “questão da eficiência energética e a descarbonização”, acrescenta. Já nos serviços sustentáveis, Jaime Melo Baptista atenta na necessidade de se conseguir a “sustentabilidade económica e financeira”, ultrapassando-se o trauma da tarifa, garantindo a “sustentabilidade da infraestrutura, para que seja capaz de viver muitas décadas, a sustentabilidade na utilização dos recursos, a atração de recursos humanos” e “a sustentabilidade do conhecimento, dos dados e da digitalização”. Finalmente, o “valor acrescentado”, tal como indica o presidente da LIS-Water, exige obrigatoriamente a “valorização empresarial”, a “valorização do território do ponto de vista ambiental” e a “valorização societal”, interligandotudo isto com os ODS.
“Sustentabilidade económica e financeira do setor, a eficiência da governação e estruturação e a sustentabilidade infraestrutural” são as três prioridades deste plano que, segundo Jaime Melo Baptista exigem medidas que vão desde “os incentivos económicos, financeiros e fiscais até aos legais e regulamentares”.
Como nota final, o responsável relembrou a mensagem final do plano, apelando para que todos subescrevam um pacto de compromisso nacional dos serviços de água.
Jaime Melo Baptista falou no passado dia 27 de setembro na mesa redonda “Água: Que Futuro?” promovida pela APRH – Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, no âmbito da ENERH2O – Feira de tecnologia de água e energia ENERH2O, inserindo-se nas celebrações do Dia Nacional da Água (1 de outubro).
A Ambiente Magazine esteve, na ENERH2O, em Matosinhos