Várias homenagens, apresentação de projetos e atividades culturais marcam, no fim de semana, o aniversário do incêndio que eclodiu, há um ano, em Pedrógão Grande, iniciativas que contam com a presença do Presidente da República, comunica a Lusa.
No sábado, às 17h30, em Castanheira de Pera, Marcelo Rebelo de Sousa estará na apresentação do projeto “Pinhal de Futuro”, que faz o acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos, afetados pelos incêndios de 2017 na região.
Na ocasião, serão apresentados os primeiros resultados do rastreio e acompanhamento psicológico realizado no âmbito do projeto, que envolve 2.557 alunos dos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis.
O projeto “Pinhal de Futuro” é promovido pelo fundo de apoio gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian e está a ser desenvolvido, em contexto escolar, pela Associação Empresários Pela Inclusão Social (EPIS), em parceria metodológica com o Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), da Universidade de Coimbra. Às 20h00, também em Castanheira de Pera, na Praia das Rocas, o chefe de Estado preside à sessão solene de abertura oficial do 1.º Festival Literário Internacional do Interior (FLII).
O festival decorre em 11 concelhos da região — Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra, Sertã, Penela, Lousã, Miranda do Corvo, Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua — e tem como tema “Palavras de Fogo”, em homenagem às vítimas dos incêndios florestais.
Ainda no sábado começa em Pedrógão Pequeno, no concelho da Sertã, o XI Congresso Nacional de Queimados, iniciativa que assinala o incêndio ocorrido há um ano em Pedrógão Grande, que provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, e que pretende debater a reinserção e futuro das vítimas queimadas.
No mesmo dia, na aldeia de Figueira, freguesia de Vila Facaia, concelho de Pedrógão Grande, é apresentado, às 11h45, o projeto “Sorrisos de Porta em Porta – Região Centro”, que visa promover e melhorar a saúde oral de cerca de 1.500 idosos da região Centro, designadamente em sete municípios afetados pelos incêndios florestais .
Também no sábado, em Pedrógão Grande, às 16h00, nas instalações da Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, é apresentado o livro “Portugal em Chamas – Como Resgatar a Floresta”, da autoria de João Camargo, investigador em alterações climáticas e Paulo Pimenta de Castro, engenheiro silvicultor.
No domingo, 17 de junho, data em que passa um ano sobre o incêndio que eclodiu em Pedrógão Grande, Marcelo Rebelo de Sousa deverá marcar presença, com vários membros do governo e outras personalidades, a partir das 10h00, num debate alargado incluído na programação do segundo e último dia do XI Congresso Nacional de Queimados, que se constitui como um “ponto de encontro de todos os profissionais e doentes ligados à temática”.
Às 12h00, na igreja matriz de Pedrógão Grande, o Presidente da República deve juntar-se ao primeiro-ministro, António Costa, numa missa “em honra e memória das vítimas dos incêndios” celebrada pelo bispo de Coimbra, Virgílio Antunes.
Às 14h30, está agendada a inauguração de um monumento na aldeia de Nodeirinho em honra às pessoas da povoação que se salvaram, refugiadas no tanque de uma fonte. A obra, da autoria do artista local João Viola, foi executada por voluntários e com donativos, e recorda também os 11 habitantes de Nodeirinho que morreram no incêndio.
Uma hora depois, no mesmo local, decorre a iniciativa “Palavras Contra as Chamas”, uma leitura simultânea, em Portugal e Itália, do conto do escritor francês Jean Giono “O Homem que Plantava Árvores” em evocação dos incêndios de 2017 nos dois países.
As homenagens incluem ainda, às 16:30, na sede da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), na aldeia de Figueira, uma cerimónia privada em memória dos que desapareceram no incêndio, com a presença do Presidente da República. Antes, ao início da manhã, em Castanheira de Pera, decorre uma caminhada e corrida em memória das vítimas do incêndio, com um percurso de 7,7 quilómetros.
Na manhã de domingo, também a população da aldeia de xisto de Ferraria de São João, concelho de Penela, assinala a data, a partir das 10h00, com plantação de árvores em honra das vítimas dos incêndio, missa, visita à Zona de Proteção de Aldeia — a floresta de espécies autóctones criada ao longo do último ano para proteger, no futuro, a povoação das chamas — e um piquenique partilhado.